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Casemiro e a incompetência dos treinadores e dirigentes do São Paulo

Menon

03/06/2017 17h53

Há cinco anos, o Real Madrid pagou 6 milhões de euros por Casemiro. O mesmo que o Torino pagou agora por Lyanco. O jogador estava emprestado havia seis meses para o Real Madrid B, mas fizera algumas partidas pelo time principal.

A transação foi comemorada pela torcida e por dirigentes do clube. E os números eram razoáveis. Afinal, depois de um bom 2011, o jogador havia caído de produção.

Os motivos são vários: a idade, a falta de definição sobre qual seria sua real posição e críticas ao seu comportamento. O garoto, de 20 anos, seria pouco afeito aos treinos, teria muita presença na noite….

E, se fosse tudo verdade? Não caberia a dirigentes e treinadores perceberem o imenso potencial do jogador? Incentiva-lo, conseguir um psicólogo, emprestar a um outro time? Não, nada foi feito. Eu me lembro de uma vitória por 3 a 1 sobre o Corinthians, antes da viagem dos rivais para a disputa do Mundial. Casemiro deixou o campo chorando. Disse que não era compreendido e que todos gostavam apenas de Lucas, seu companheiro de título na Copinha de 2010. Vi aquilo como um pedido de socorro, como um pedido de amor, mas colegas viram como inveja apenas. Chamaram de bebê chorão.

Poucos se lembram que Casemiro se recusou a fazer com o São Paulo o que Oscar, sobre influência de Giuliano Bertolucci havia feito. Fez questão de ficar no clube e não aceitou a tramoia do empresário.

E até hoje a torcida não entende uma crítica aos treinadores e dirigentes que não souberam entender e lapidar a joia. Tratam como se fosse uma crítica à entidade. E à própria torcida, que nunca erra. Nem quando chamou Kaká e Luís Fabiano de pipoqueiros, antecipando uma venda. E desvalorizando o jogador.

Para torcedores, tudo foi culpa de Casemiro. Tudo. Todos estavam certos, menos o grande jogador. Sorte do Real.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.