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Menon

Vitória operária em Itaquera. E o túmulo do futebol é São Paulo

Menon

03/06/2017 21h21

Está todo mundo avisado. Quem não prestar atenção, não pode reclamar depois. O Corinthians é candidato ao título. E tem se firmado a cada rodada no início do Brasileiro. Com a mesma receita com que venceu o Paulista: defesa forte, time solidário, poucos riscos e um golzinho. Em quatro jogos, foram cinco marcados. E um, apenas um, sofrido. O desafio está posto na mesa. O Corinthians é assim. Quem quiser, que decifre.

Foram dois gols marcados contra um Santos apático e sem nenhuma força. E ainda houve um impedimento bem marcado, afinal Romero não havia cortado a unha do dedão e estava à frente da zaga. Foram dois gols operários. O primeiro, de Romero, após o pivô muito bem feito por Jô. Romero é um jogador exemplar quando se fala de profissionalismo. Dedicado e sempre pronto a colaborar defensivamente. E é o artilheiro do Itaquerão. É humilhado pelos rivais, foi humilhado pela RGGT, mas está aí. Um profissional digno.

O segundo gol foi de Jô, que emulou Mandzukic e fez um gol parecido. Jô é um jogador singular. Canhoto, forte, 1,90m, difícil de marcar. E com bom poder de definição. Está aproveitando muito bem a segunda chance que teve.

O jogo foi marcado, uma vez mais, pelo uso de sinalizadores. Com o jogo ganho, os organizados descumpriram as ordens do Ministério Público e os pedidos da diretoria. É um ato de rebeldia contra um estado de coisas deprimente. Proibição em cima de proibição. Futebol em São Paulo é um orgasmo reprimido.

Se sinalizador é proibido, como eles entram? A PM, que tem revistado até jornalistas, é muito incompetente.

Depois que percebe que foi driblada, responde com violência. Vai lá e usa toda a truculência conhecida. Para que isso? Sinalizador não machuca ninguém. Na verdade, a PM está fazendo o que lhe mandam fazer: manter a ordem. Mesmo que seja a paz dos cemitérios. Porrada em quem desobedece. Porrada. Só pensam nisso. E o circo fica completo quando o narrador diz que a pessoa que enfrenta a PM é um mau cidadão.

Mau cidadão. Pessoas de bem….Palavreado que fica bem quando se quer manter o túmulo do futebol. Palavras com mofo de Ditadura.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.