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Carolinda e o Mestre Cuca que precisa mudar a receita

Menon

06/06/2017 15h55

Esse post é sobre o Cuca, treinador do Palmeiras, mas vou usar dois parágrafos antes de entrar no assunto específico.

Quando estudei Engenharia, em Lins, fazia parte do diretório acadêmico e também da atlética, apesar de não praticar esporte algum, por absoluta falta de aptidão. Mas acompanhava as equipes quando havia Intereng, em  Lins, ou Engmed em Barretos. Era cartola.

Em 1979, fomos para a Engmed. Junho e fazia muito frio. Logo que chegamos, recebi um recado que havia uma ligação da mamãe. Não havia celular e nem internet. Nem me lembro como minha mãe conseguiu ligar. O importante é que fui ver o recado e lá estava: a Carolina nasceu. É saudável e linda.

E continua assim até hoje. Fomos almoçar juntos, eu, a Márcia, ela e o Lucas (são pais da Nina e do Max) na Casa do Porco. E as delícias eram exatamente iguais às outras vezes em que havia ido, sozinho e com o Guto Monaco do ótimo CHUTEIRA FC . Realmente, não há o que mudar. A repetição da excelência só leva a mais excelência.

Não é o que tem acontecido com o Palmeiras de Cuca. O elenco é bom e permite ousadias do treinador. Mas Cuca não tem sido ousado. Tem sido apenas extremamente fiel à receita do ano passado. Como uma criança que tenta enfiar um triângulo dentro de um retângulo.

Meu amigo Binho Xadrez, baixista em uma banda de reggae no Maranhão, onde também trabalha como sommelier de torresmo, pede urgentemente que Cuca experimente jogar com dois meias: Rafael Veiga ao lado de Guerra, tentando um jogo de toque pelo meio. Acho ótima ideia, como todas do meu amigo enxadrista. Jogar com dois meias não significa abandonar o jogo pelas pontas. Uma inversão, um lançamento e voi lá, temos variação.

Do jeito que está, mantendo-se o ótimo Dudu, o que temos de variação é:

Guedes ou Keno?

Guedes ou Michel?

Keno ou Michel?

Concordam que são opções mornas, que não causam frisson, não abalam amizades, não são nada parecidos com discussões calientes como:

Coxinha x Petralha?

Biscoito x Bolacha?

Marquezine ou Ruy Barbosa?

Com a opção estática por três meias, Cuca facilita o jogo para Willian, mais móvel, e prejudica para Borja, um centroavante típico, mais parado na área. No ano passado, os três meias eram um sucesso, mas o atacante, era ele, o incomparável Gabriel Jesus.

Sem esse maravilhoso "ingrediente" fica difícil manter a excelência do prato. Mestre Cuca, que é ótimo treinador, precisa mudar a receita e o cardápio.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.