Topo

Menon

Queda de Ceni é uma injustiça muito grande

Menon

03/07/2017 14h48

A queda de Rogério Ceni é injusta, apesar dos números ruins que o time tem mostrado. Muito ruins. Números que já teriam derrubado qualquer outro treinador. Então, porque é uma injustiça?

Porque Rogério Ceni não é qualquer um. É o maior nome da história do clube, embora haja na história do clube, -gente que jogou muito mais do que ele – Pedro Rocha, Gérson, Zizinho, Didi, entre outros – o que apenas mostra a sua grandeza.

E um jogador com a história que tem, merece mais respeito.

Se a sua contratação foi uma jogada política, sua saída também o é. Leco o jogou ao mar, como se fosse um peso que estivesse afundando um navio.

E o navio não está afundando apenas por causa dele.

Ceni queria quatro atacantes pelo lado: Neres, Luiz Araújo, Welington Nem e Neílton. Neres e Araújo se foram. Neílton foi por falta de condições técnicas. Nem não está jogando nada. E ele teve de refazer o time com Denílson, Marcinho e Morato, que se machucou.

Ceni gostaria de escalar Petros, Jucilei e Thiago Mendes juntos. E Thiago Mendes já se foi.

Estamos na rodada 11 e tem jogador chegando. Arboleda e Gómez nem estrearam.

Ora, se a diretoria está contratando ainda é porque o elenco não está bom. E, se não está bom, manda o técnico sair?

Rogério merecia, no mínimo, ter o direito de dirigir o time com os novos jogadores. Nem isso, teve.

Ele, que não queria escalar Lugano na linha de quatro, está com o uruguaio três jogos seguidos como titular.

Rogério sai também por ter sido tão ousado no início do trabalho. Ele não queria ser mais um. Queria ter seu nome como um inovador. E foi traído por isso. Dizem que isso é arrogância, como arrogância seria aceitar dirigir um time como o São Paulo sem nunca ter tido outra experiência. Coisa que Zico nunca topou fazer.

Dizem que é arrogância. Eu chamo de coragem e de caráter.

É preciso deixar claro que Ceni não é o único culpado. E que poderia ter sucesso no futebol. No São Paulo. A sua identidade com o clube é tão grande que será muito difícil que ele consiga espaço em outro clube.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.