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ESPN homenageia os campeões que Sarriá rejeitou

Menon

04/07/2017 12h05

Doutor Sócrates, sempre ele, em uma conversa com Tostão, foi definitivo.

"Aquela derrota foi uma sacanagem com o futebol".

Aquela derrota. 5 de julho de 1982, quando três gols de Paolo Rossi eliminaram a seleção brasileira da Copa do Mundo. Um 5 de julho que considero mais triste que o 16 de julho de 1950, quando perdemos para o Uruguai, no Maracanã. Em 1950, foi a derrota de um país que não era levado em conta no baile dos grandes de então. Em 1982, foi a derrota de um país tricampeão e que estava ali, na Espanha, com um time fiel à sua essência futebolística. Foi a derrota do Brasil, mas também a derrota do futebol bonito. "Era um time que recebia afeto do povo, porque era um time afetuoso com o povo", diz Juca Kfouri.

A história da alegria que não houve, mereceu um documentário espetacular da ESPN. O nome é lindo: Aos Nossos Campeões. O que é um título diante de tanta alegria? O documentário estará disponível dia 5 de julho, nos canais ESPN, na partir das 12h15 no WatchESPN. Na TV, estreia às 15h30 na ESPN me , com reprise às 20h na ESPN Brasil e 22h na ESPN.

É muito bom. Vocês precisam ver. Tem entrevistas com os jogadores que estavam na partida. Tem entrevistas com jornalistas da ESPN. Tem narração de José Silvério e José Carlos Araújo. Tem trilha sonora com Gilberto Gil, Caetano Veloso, Rita Lee, Moraes Moreira. Tem entrevistas com Paula Lima, Ivete Sangalo e muito mais.

A imagem que me fica é a do guitarrista Armandinho balançando os quatro dedos da mão direita (todos, menos o polegar) e falando repetidamente: Falcão, Cerezo, Sócrates e Zico, Falcão, Cerezo, Sócrates e Zico".

É a minha mágoa maior. Tele montou um time sem volante brucutu. Se ganhasse, a tese seria vencedora. E não teríamos a Era Dunga, com ele, o próprio, e mais Mazinho, Mauro Silva e Zinho. Foram campeões, mas ninguém verterá  uma lágrima por eles.

Eu já vi o programa. Acabei de ver e recomendo muito a vocês. É um trabalho jornalístico espetacular. Muito melhor do que eu descrevi aqui. Sabe por que? Porque eu chorei muito e parei de ver aos 30 minutos. Sem nada de especial, apenas pelo que já havia visto.

1982, ano da retomada da Democracia. Ano do futebol arte. Passados 35 anos, temos uma Democracia colocada em risco e estamos nos recuperando de um 7 a 1.

Enfim, viva Waldir Peres, Leandro, Oscar, Luizinho e Júnior; Falcão, Cerezo, Sócrates e Zico; Serginho e Eder.

OS NOSSOS CAMPEÕES

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.