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Comerciante denuncia ação do MP na rua Palestra Itália

Menon

05/07/2017 06h11

Zezito Bonfim é um dos sócios da Pastelaria Brasileira, na rua Palestra Itália, praticamente em frente do estádio do Palmeiras. Está ali há 42 anos e tem sofrido muito com a atuação da Polícia Militar, que, seguindo ordens do Ministério Público, fecha a rua em dias de jogos e de shows. Abaixo, o depoimento:

"A rua é fechada seis horas antes de começar os jogos e os shows. É um absurdo esse tempo todo, seria possível fazer o trabalho em muito menos tempo. Fecha tudo, ninguém pode transitar pela rua. E o direito de ir e vir, não existe mais? Mas, sem falar disso, só pensando na economia, os comerciantes aqui da rua são muito prejudicados.

Já houve dia em que meus fornecedores não puderam chegar aqui para trazer as encomendas. Se alguém telefona e pede um pastel ou um salgado para entregar em casa, a gente não pode sair. Prejudica muito. Em dia de jogo, antes dessa lei, a gente vendia mais. Eu contratava até auxiliares por um dia. Hoje, não vende nada. Como vou chamar alguém para ajudar?

O Palmeiras já ganhou Libertadores aqui, no estádio antigo e nada mudou, não fechou rua, não teve nada disso. Agora, o prejuízo chega a 50% ou mais. Eles chegam a colocar faixas avisando que a rua vai estar fechada. Se alguém tiver vontade de vir na pastelaria, já desiste. Só pode entrar com ingresso na mão. É um exagero muito grande.

Como a gente está aqui há muito tempo, acho que o prejuízo é menor que o dos outros comerciantes. Uma turma chega antes e come os produtos e depois vai embora. Mas muita gente não vem. Já que vai fechar a rua, se é que vai fechar, poderia ser feito com muito menos tempo. Cinco ou seis horas é muito tempo, não dá para entender.

E não é só essa rua, não. Fecham as outras também. Já teve caso e não foi uma vez só de gente fazer encomenda grande e esquecer que tinha jogo marcado. Não consegue vir buscar e a gente não consegue mandar entregar. É muito complicado e desnecessário."

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.