Maicosuel e São Paulo: um caso de amadorismo varzeano
Maicosuel, que está sem jogar no São Paulo, pediu para ficar sem receber salários até que reúna condições físicas para atuar novamente. O São Paulo, rapidamente, aceitou. Não teve a nobreza do Botafogo, que recusou semelhante oferta de Montillo. Depois, o argentino se aposentou.
Os dois estão errados. Maicosuel fez exames médicos no dia 6 de junho, deu sua primeira entrevista como jogador do São Paulo no dia 7 de junho e estreou no dia 8. Jogou apenas 45 minutos. E não mais voltou. Foram feitos novos exames e detectou-se desequilíbrio muscular.
Das duas, uma: ou Maicosuel teve problemas durante o jogo ou os exames do dia 6 foram mal feitos. Se ele se contundiu durante o jogo, estava prestando serviços ao São Paulo. Se os exames foram mal feitos, a culpa é do São Paulo. Por que o jogador deveria ficar sem receber, em um caso ou em outro?
É uma prova a mais da fragilidade das relações trabalhistas no futebol profissional. Jogador recebe direito de imagem e se recusa a dar entrevista. Aliás, direito de imagem é uma maneira de burlar o fisco? Clube tem o direito de multar jogador porque criticou a torcida ou o clube. Não pode, é contra a lei. Se não gostou, demite. Multa é um abuso que não existe em profissão alguma.
O caso é grave. Maicosuel foi contratado para jogar e não joga. Quem fez os exames? Quem errou? É muito pior que o caso Cueva, que ficou fora do jogo contra a Ponte por haver usado, por determinação dos médicos, um spray com substâncias proibidas. Seria pego no antidoping.
E Leco acha mesmo que a diretoria não teve culpa alguma no festival de fracassos futebolísticos de 2017?
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