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Bela carta de Rogério Ceni, arrogante, corajoso e vencedor. E os outros?

Menon

07/07/2017 06h00

Rogério Ceni é arrogante. E daí? O que essa característica de sua personalidade, principalmente quando está acuado – basta lembrar a desastrosa entrevista após a eliminação para o Defensa y Justicia – tem a ver com sua história no futebol? Ceni é arrogante, Marcos é alegre, Suárez é racista, Pelé não reconheceu a filha, Maradona não reconheceu o filho, Roberto Carlos, o cantor, é censor, e cada um que liste o defeito de algum outro ser humano.

Pior do que carimbar na testa de Ceni a arrogância, é tentar explicar, através dela, a má experiencia que teve como treinador de futebol. A primeira. A arrogância seria a responsável por ele ter aceitado dirigir um grande clube sem ter experiência alguma.

Ora, coragem e autoconfiança mudou de nome? A comparação é com Zico, que, de tão humilde, nunca aceitou ser técnico do Flamengo. Perderam Zico, o Flamengo e o futebol. Beckenbauer, que dirigiu o Bayern, é arrogante? Ou corajoso? São epítetos subjetivos que não medem nada; apenas os nossos preconceitos.

Em uma carta publicada em seu facebook, Ceni fala como era arriscado assumir o comando do São Paulo. Disse que se sentia preparado e que "o risco e a incerteza fazem parte de minha vida e do mundo do futebol". Ele usou uma frase de Pierre Corneille, dramaturgo francês do século 17, para definir sua ideia de vida: "quem vence sem riscos, triunfa sem glórias".

Ceni é arrogante? Sim. E também é forte mentalmente, é inteligente, arrojado, vencedor e entende de futebol. Foi muito mal, mas pode voltar e ter sucesso.

E aqueles que o demitiram e se consideram sem culpa alguma no atual momento do clube?

A comparação só eleva Ceni, pois arrogantes, no caso, todos são. Para os outros, falta a noção da grandeza do São Paulo. Um clube que não nasceu para ter os pés no chão, cravados na mediocridade.

 

 

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.