Eu não gosto de vôlei

O Brasil perdeu a Liga Mundial para a França. Não faz mal. Ano que vem tem mais. Esporte esquisito, o vôlei. Tem campeonato todo ano.

Não gosto de vôlei. Acho um esporte com princípios muito simples (saque, recepção e bloqueio) e com poucas variações. E não tem contato físico.

Pior, não tem drible. Pelo menos no sentido clássico e mágico. Drible é ilusão, é burlar o rival. No vôlei, tem drible, sim. Mas com uma rede no meio.

Não gosto de vôlei porque é possível criar jogadores de vôlei. Você pega um garoto de 12 anos e 1m90 e vai treinando movimentos específicos e repetitivos até que ele chegue a 2m15 e entre de vez em quando para aumentar a rede.

Impossível comparar, em termos de habilidade é técnica, um gigante do vôlei com um gigante do basketball.

Não gosto de vôlei por causa da torcida pré fabricada, todo mundo de camisa do patrocinador, todo mundo com plaquinha na mão, escrito ACE, todo mundo batendo palminha.

Não gosto porque não é de massa. Resolvem fazer campeonato em campo de futebol com capacidade para 42 mil pessoas e conseguem levar no máximo 23 mil.

Não gosto porque é protegido pela mídia. Perdem e são chamados de guerreiros. Se uma seleção de futebol perde, há uma incessante caça às bruxas.

Por fim, não gosto porque o Bernardinho mandou entregar um jogo em um Mundial. Atitude escrota.

Nada contra quem goste. Prefiro curling.