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Palmeiras x Corinthians com torcida única. Mais uma facada no derby

Menon

11/07/2017 16h00

Uma vez, em Buenos Aires, fui comprar  uma camisa do Argentino Jrs. Eu sempre gosto de comprar camisas de times menores e não do mainstream. Tenho da Matonense, do Palestino, da St. Pauli…O Argentinos, escolhi, por ser o time que revelou Diego Armando e Fernando Redondo.

Escolhi e fui abordado pela vendedora. "Não compre desse time, não. Compra do Atlanta, que é muito maior". Atlanta é de Villa Crespo, Argentino Jrs, de Villa Paternal. Os dois foram fundados em 1904. Uma rivalidade verdadeira e não uma briguinha entre Juventus x Nacional, por exemplo.

futebol argentino é calcado na paixão. E na rivalidade extrema entre clubes. Rivalidade, talvez ódio. São clássicos que valem por um campeonato. Boca x River. Independiente (o maior de todos) x Racing. San Lorenzo x Huracán. Instituto x Talleres, ambos de Córdoba. Estudiantes x Gimnasia, ambos de La Plata. Newells Old Boys x Central, os dois de Rosario.

É algo muito maior que as rivalidades brasileiras.

Mais que um Palmeiras x Corinthians, por exemplo, o exemplo paulista de ódio eterno, quase amor.

E temos o nosso derby chegando, com condimentos espetaculares. Se o Palmeiras perder, em casa, para o Corinthians, ficará 16 pontos atrás na tabela. Praticamente, dirá adeus ao título. Se o Corinthians vencer, chegará a 27 jogos invictos. Uma série espetacular que começou no Paulista, com uma vitória em casa, com dez contra onze, com uma expulsão absurda. Contra quem? O Palmeiras.

É o dia da vingança. E a torcida do Palmeiras não poderá receber o ônibus de seu time. Não poderá fazer festa na rua. A rua Palestra Itália estará fechada cinco horas antes do jogo. Comerciantes perderão dinheiro. Pessoas terão o direito de ir e vir atacado. O futebol morrerá um pouco.

É dia de recorde. E a torcida do Corinthians não poderá passar perto do campo do Palmeiras. A despedida será longe dali. Ninguém poderá ver o jogo. Unhas serão roídas apenas em casa, no sofá. Ou em algum bar. O novo grito, se é que há um novo grito, ficará pra uma nova ocasião. O futebol morrerá um pouco.

A paz dos cemitérios servirá para que algum PM ou alguém do MP alavanque candidaturas políticas em 2018.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.