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Menon

Torcida do Flamengo e Bandeira precisam cair na real

Menon

20/07/2017 11h25

Torcida tem um papel importante na vida de um clube. Os dirigentes usam os números na casa de dezenas de milhões para pressionar por mais verba da televisão. E há demonstrações de carinho impressionantes. A torcida do São Paulo está abraçando seu time na luta contra o rebaixamento. A torcida da Portuguesa está acompanhado seu time na Copa Paulista. Corintianos e palmeirenses mantém taxa de ocupação em suas arenas comparáveis às dos hotéis cariocas no tríduo momesco.

A torcida do Flamengo deu uma prova maravilhosa de paixão no ano passado, quando criou o "cheirinho", dizendo que o clube estava se aproximando do hepta. Não deu, mas tenho certeza que a movimentação – só se falava nisso – deu muita força ao time. Não deu e os rivais espezinharam, tiraram sarrro, mas foi com alívio. Todos sentiram medo do tal cheirinho.

O problema é quando a torcida começa a se achar a solução de tudo. E comece a raciocinar em um outro nível, em um universo paralelo em que o seu Mengão é melhor e maior que todos, dentro e fora de campo. Ela é tão forte que o time também é. Se ela se acha invencível, o Flamengo também tem de ser invencível. E não é. Ninguém é. Por mais que a Urubuzada se ache a maior e mais forte torcida do mundo, isso não significa que o Flamengo, mesmo com 400 milhões de torcedores na Ilha do Urubu, tenha obrigação de vencer o Palmeiras. Empatar com o Palmeiras por 2 a 2 é normal, é necessário repetir, como um mantra.

Não dá para entender que um empate contra o Palmeiras, resultado perfeitamente normal em qualquer campo do planeta Terra, seja o rastilho de pólvora contra um descontentamento latente. O time foi eliminado na Libertadores? Foi? O time joga menos do que deveria jogar? Sim. Mas o presidente Bandeira de Melo tem culpa de Diego errar um pênalti? Ou melhor, tem culpa de Jaílson, a Pantera Negra, ter voltado ao gol do Palmeiras e ter vivido um momento épico em sua carreira irregular?

E o presidente vai discutir com torcedor? Que besteira, que coisa imbecil. Mesmo que ele também seja torcedor –  e eu acho saudável que seja – é hora de ter um pouco de calma e não se envolver. Basta lembrar que contratou recentemente Geuvânio, Everton Ribeiro, Berrio, Rhodolfo e Diego Alves, que nem estreou. Em vez de argumentar, foi aos palavrões, como já havia feito antes.

E, pior, foi contestar o Palmeiras. Foi discutir com Cuca.

Por mais fanático que seja, Bandeira de Melo precisa se convencer que pode ajudar mais o Flamengo, se for menos urubu e mais dirigente.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.