Vinícius Jr. e Márcio salvam o cheirinho do Flamengo
Uma dúvida.
Se Vinícius Jr. não valesse um estádio (45 milhões de euros) e se não jogasse a bola que joga, capaz de encher estádios em pouco tempo, Márcio teria feito o que fez? Um pênalti tosco e desnecessário nos acréscimos do segundo tempo. De um jogo em que seu time, em queda alucinante na tabela, conseguia empatar contra um candidato ao título?
Talvez, sim. Afinal, zagueiro é como o escorpião da fábula. Conhecem? O escorpião pediu para que um sapo o ajudasse a atravessar o rio, carregando-o nas costas. O sapo se negou, dizendo que o escorpião o picaria e ele morreria. O escorpião argumenta que, se fizer isso, morrerá também, pois não sabe nada. O sapo aceita. Durante a viagem, sente a picada. Por que você fez isso? Vamos morrer. Por que eu fiz? É minha natureza, é o que eu sei fazer.
Márcio fez o que sabe fazer. Fez o que lhe ensinaram a fazer a vida toda. Falta. Na área. Cal.
Éverton Ribeiro bateu na bola com a delicadeza com que um beija-flor beija a flor. Gol.
Vitória do Flamengo, após três rodadas. E a manutenção do cheirinho, linda postura de sua torcida apaixonada, que sempre acredita.
Um cheirinho de esperança e que se transformou, por um bom tempo, em um desagradável cheiro de coisa muito ruim. Foi quando Juan, ao contrário de Márcio, foi infiel ao seu passado e à sua história e errou feio, no início do segundo tempo, permitindo o chute de Henrique Almeida que valeu o empate. Rafael Vaz não conseguiu ajudar. Deu a lógica.
Dizem que toda vitória é igual, vale três pontos. Essa, contra o Coxa, manteve a esperança de um cheirinho campeão – remota – e trouxe de volta a tranquilidade para Zé Ricardo trabalhar. Até o próximo empate.
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