Topo

Menon

Vinícius Jr. e Márcio salvam o cheirinho do Flamengo

Menon

22/07/2017 21h18

Uma dúvida.

Se Vinícius Jr. não valesse um estádio (45 milhões de euros) e se não jogasse a bola que joga, capaz de encher estádios em pouco tempo, Márcio teria feito o que fez? Um pênalti tosco e desnecessário nos acréscimos do segundo tempo. De um jogo em que seu time, em queda alucinante na tabela, conseguia empatar contra um candidato ao título?

Talvez, sim. Afinal, zagueiro é como o escorpião da fábula. Conhecem? O escorpião pediu para que um sapo o ajudasse a atravessar o rio, carregando-o nas costas. O sapo se negou, dizendo que o escorpião o picaria e ele morreria. O escorpião argumenta que, se fizer isso, morrerá também, pois não sabe nada. O sapo aceita. Durante a viagem, sente a picada. Por que você fez isso? Vamos morrer. Por que eu fiz? É minha natureza, é o que eu sei fazer.

Márcio fez o que sabe fazer. Fez o que lhe ensinaram a fazer a vida toda. Falta. Na área. Cal.

Éverton Ribeiro bateu na bola com a delicadeza com que um beija-flor beija a flor. Gol.

Vitória do Flamengo, após três rodadas. E a manutenção do cheirinho, linda postura de sua torcida apaixonada, que sempre acredita.

Um cheirinho de esperança e que se transformou, por um bom tempo, em um desagradável cheiro de coisa muito ruim. Foi quando Juan, ao contrário de Márcio, foi infiel ao seu passado e à sua história e errou feio, no início do segundo tempo, permitindo o chute de Henrique Almeida que valeu o empate. Rafael Vaz não conseguiu ajudar. Deu a lógica.

Dizem que toda vitória é igual, vale três pontos. Essa, contra o Coxa, manteve a esperança de um cheirinho campeão – remota – e trouxe de volta a tranquilidade para Zé Ricardo trabalhar. Até o próximo empate.

 

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.