Topo

Menon

Santos é clube mundial, maior que a Vila

Menon

23/07/2017 15h13

Escrevi AQUI que Deyverson e Aderllan haviam dado um passo à frente ao trocarem Alavés e Valencia por Palmeiras e São Paulo, respectivamente. Expliquei o motivo. Valencia e Alavés são clubes de uma cidade. Palmeiras e São Paulo são clubes de uma cidade, um estado e um país. São cubes nacionais, como Real Madrid e Barcelona.

Caíram matando pela comparação com os gigantes da Espanha. No tweeter, ameaçaram printar meu comentário. Para quê? Teria de passar eu por um corredor polonês e ser agredido com a opinião impressa? Na verdade, posso ter errado. Posso. A globalização e o dinheiro que sobra lá e falta cá fizeram de Barcelona e Real Madrid, clubes mundiais. Estão presentes entre os equimós e os pigmeus, entre os bolivarianos e os gulaganos. Em Galápagos, Faroe, Falkland e Malvinas.

É uma inserção impossível para nossos grandes. Por isso, vendemos e por isso, eles compram. E pagam pouco pelo valor do que vendemos.

O Santos já foi um time mundial, considerando-se as diferenças mundiais entre as épocas. Não éramos uma aldeia global, mas o time de Pelé era amado no mundo todo. Poderia ter trazido muito dinheiro ao clube, nada considerado com o que se movimenta hoje, mas muito mais do que o zero que se lucrou.

O que não pode é o Santos ser apenas um time da Vila Belmiro. O jogo contra o Bahia provou, mais uma vez. Um público de 35 mil pessoas. Quando a Vila lota, são 12 mil pessoas. E não tem lotado, sabe-se lá o motivo.

Um clube não pode ficar longe de suas origens, não pode ficar longe de seu povo. Mas o Santos precisa entender que é muito maior que a cidade de Santos. O Santos já foi um time mundial. E precisa lutar para reconquistar isso.

Jogar no Pacaembu é um passo. Fazer pré temporada no Nordeste é outro.

Nos tempos de hoje, não se faz futebol sem dinheiro. Muito menos, rasgando dinheiro.

E, para não dizer que não falei das flores, como é lindo ver aquelas camisas brancas tratando bem a bola, com passes, dribles e triangulações. Três a zero foi ótimo. Seria assim na Vila?

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.