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Corinthians, Flamengo, São Paulo... todos os clubes merecem ser "roubados"

Menon

31/07/2017 11h58

O erro da arbitragem em Itaquera foi terrível. Se gol válido de Jô não fosse anulado, a vitória do Corinthians estaria encaminhada, e, olhando para o que se vê nas outras partidas do time, com grandes chances de se concretizar. Teríamos, então, o Corinthians dez pontos na frente do Grêmio, 12 do Santos, 14 do Palmeiras e 15 do Flamengo. O que já é muito tranquilo, seria uma indicação fortíssima de título.

Roberto de Andrade, presidente do Corinthians, vai reclamar. Com toda a razão. Vai reclamar deste jogo, deste juiz, deste bandeirinha. Como reclamou daquele jogo, daquele juiz, daquele quarto árbitro no jogo contra o Palmeiras, quando foi expulso o Gabriel, que nem estava no lance da falta. Vai reclamar e vai parar por aí.

O Flamengo, que foi prejudicado contra Palmeiras e Coritiba, reclamou na época. O Palmeiras reclamou dos erros no jogo contra o Santos. O Botafogo deveria ter reclamado de um pênalti contra o São Paulo. Todos tem o direito de reclamar, todos tem o direito de ser "reclamados".

E todos merecem ser "roubados" que é a expressão usada em bares e botequins pelos torcedores. Um exagero, uma expressão que só deve ser usada sem aspas quando se há comprovação. E por que merecem ser "roubados"? Porque nenhum clube tem uma atuação correta e firme diante da arbitragem.

As reclamações são pontuais, ocorrem apenas quando são prejudicados. Nem estou pedindo que assumam, em algum momento, em algum jogo que foram ajudados. Não, ninguém é inocente a esse ponto.

O que se pede é que os clubes tenham três atitudes:

Façam uma crítica global à arbitragem, antes mesmo de o campeonato começar. Afinal, os árbitros são ruins há muito tempo. Que os clubes apontem a fragilidade, que exijam mais treinamento de árbitros, mais profissionalização, que se coloquem contra a estúpida proibição de comemoração. Amarelos até para banco de reservas. Que se posicionem contra a truculência dos árbitros. No sábado, por exemplo, Juan, do Avaí foi expulso por Anderson Daronco, por ofensas verbais. Mas, e a forma como Daronco se dirigiu ao jogador? Arrogante, agressiva, intimidatória. Como um PM em dia de manifestação de esquerda. Talvez seja orientação do chefe da arbitragem, o Coronel Marinho, que nunca apitou um jogo. Deve ter apitado ordem unida da corporação militar a que pertencia.

Façam, antes do início do campeonato, uma reciclagem com os seus jogadores. Proíbam o medíocre teatro do mergulho ao chão, com as mãos no rosto, a qualquer aproximação do rival. Esse tipo de lance é uma vergonha para o futebol brasileiro. Exijam de seus treinadores que não se aproximem a todo momento do quarto árbitro para aquela pressão. Não permitam atitudes como a de Mano Menezes atrapalhando um lateral da Chape.

Em conjunto, uma reunião, antes do campeonato, e apontem suas reivindicações. Quais seriam? Uniformidade na interpretação de toque na bola com a mão dentro da área? Arbitragem de vídeo? Uniformidade na aplicação de acréscimos? Árbitros estrangeiros? Não sei. Que seja uma pauta única, tirada após uma reunião com todos os clubes, ANTES do campeonato, repito.

Nada disso vai acontecer. Os dirigentes dos grandes clubes não estão à altura da grandeza das entidades que dirigem. Eles são coniventes com Marco Polo del Nero, como foram coniventes com Marin, Ricardo Teixeira e João Havelange. Eles votaram no Coronel Nunes. Eles adoram o Coronel Marinho.

Eles criaram toda a estrutura arcaica do futebol brasileiro. Então, quando o bumerangue da péssima arbitragem volta e acerta a testa de cada um, "roubando" todos, bem feito para eles. Merecem ser "roubados" pelos "ladrões" que criaram, incentivaram e vicejaram.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.