Topo

Menon

Paulinho foi contratado para mudar o Barcelona

Menon

15/08/2017 17h00

A contratação de Paulinho causou espanto entre torcedores do Barcelona espalhados pelo mundo. Todos têm dificuldades em ver o estilo do titular da seleção brasileira se encaixar no jeito Guardiola de ser, com o culto à posse de bola e à troca de passes. São viúvas de algo que já se modificou a partir da chegada de Luís Henrique e que parece se aprofundar agora, com a chegada de Ernesto Valverde e a saída de Neymar.

É um novo Barcelona em construção. E Paulinho foi uma contratação cirúrgica. O Barça tentou ainda antes da saída de Neymar, oferecendo 20 milhões de euros aos chineses, que bateram o pé e exigiram o que conseguiram: 40 milhões de euros, o valor exato da multa.

Um indicativo de que o Barça queria Paulinho e mais ninguém. O clube catalão consultou Tite, que recuperou Paulinho para a seleção brasileira, depois de uma péssima copa sob o comando de Felipão.

Ora, alguém consulta o treinador da seleção e gasta 20% do que arrecadou com a saída de Neymar para ter um jogador que não se adapta a um esquema? Para mim, a leitura é outra. Paulinho foi contratado para mudar o esquema. Fica mais claro ainda com a declaração de Valverde: "Paulinho é um jogador muito importante no Brasil, um jogador que tecnicamente é importante, um jogador forte que nos pode ajudar desde outra perspectiva. Não há outro jogador como ele no elenco"

Ou seja, Paulinho veio para mudar o Barça. Desde o apito inicial, ou desde o banco. Depende dele.

Paulinho é o típico quebra-linhas. As tais duas linhas de quatro precisam ser atacadas também com a infiltração dos volantes. Mal comparando, é o que Thiago Mendes faz e Petros não faz. É o que Paulinho faz e Busquets não faz. Os dois podem jogar juntos, com a saída de Raktic. Ou os três, com um descanso a Iniesta (que não vai jogar todas).

Capaz de fazer três gols no Uruguai em Montevidéu, me causa espanto que Paulinho cause tanta rejeição nos culés brasileiros. A realidade está aí para todos verem. Paulinho foi monstro no Corinthians, ganhou Libertadores, ganhou Mundial e está sendo monstro na seleção. Os puristas guardiólicos preferem lembrar de seu insucesso com Felipão e no Tottenham. Faz parte da má vontade que existe contra o futebol brasileiro. Um vira-latismo que não se sustenta quando se dá uma rápida olhada sobre a história do futebol mundial.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.