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Rueda comanda sua maior Nação

Menon

15/08/2017 14h37

Reinaldo Rueda está assumindo o Flamengo. Aos 60 anos, atinge o ápice da carreira e, ao mesmo tempo, o maior desafio esportivo de sua vida. Os números comprovam. Ele classificou Honduras para a Copa do Mundo de 2010, quebrando um jejum de 28 anos. Ele classificou o Equador para a Copa de 2014. Honduras tem 9 milhões de habitantes. Equador tem 17 milhões. A última pesquisa Ibope mostrou 32 milhões de rubro-negros pelo Brasil.

E a pressão  não é apena numérica. O que Honduras poderia esperar na Copa, após classificar-se diretamente, sem repescagem, atrás de Estados Unidos e México? Nada, se lembrarmos ainda que caiu no grupo que tinha Espanha, futura campeã, Chile, de Bielsa, e Suíça. O empate com a Suíça por 0 x 0 foi comemorado e não houve lamentos pelas derrotas contra Chile (1 x 0) e Espanha (2 x 0).

E o Equador? A torcida poderia reclamar de a seleção conseguir 4 pontos em três jogos, contra Honduras (3 x 0), França (0 x 0) e Suíça (1 x 2)? Talvez um empate ou vitória contra a Suíça, mas o empate contra a França superou expectativas e foi aplaudido.

No Flamengo, não. Rueda foi contratado por um ano e meio e, em condições normais de temperatura e pressão, teria os seis primeiros meses para se adaptar, fazer um balanço técnico e tático, afastar jogadores, pedir reforços e, a partir de um bom trabalho agora, sem cobrança, decolar em 2018.

Não vai ser assim. É Flamengo. E ele tem duas competições do tipo mata-mata pela frente. Na Copa do Brasil, enfrenta o Botafogo sem estrelas, mas bem armado e com ares de favorito. E na Sul-americana, tem Chapecoense e, em seguida, o vencedor de Fluminense x LDU, para então chegar na semifinal.

Uma eliminação contra o Botafogo pode até ser entendida, mas um mau passo na Sul-americana fará com que Rueda sinta o que ainda não sentiu em sua carreira.

Contra o Botafogo, haverá ainda um fator adicional. Jair Ventura, treinador rival, em insuspeita confissão xenófoba, disse que não concorda com sua contratação, por fechar o mercado aos brasileiros. Ridículo. O Botafogo tem vários jogadores estrangeiros, o pai de Jair se aventurou a Colômbia já no final de carreira, o húngaro Bella Guttman influenciou o futebol brasileiro e o Botafogo foi campeão carioca em 1930 e 1932 sob a batuta de Nicolas Radanyl, também  húngaro. Uma bobagem que esquenta ainda mais o jogo.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.