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Cuca e Dorival fazem trabalho decepcionante

Menon

20/08/2017 21h51

Cuca e Dorival Jr chegaram a Palmeiras e São Paulo, respectivamente, como salvadores. Com eles, os problemas estariam resolvidos. O Palmeiras seria campeão da Libertadores, sem dúvida. E, se os rivais bobeassem, ainda faturaria  Brasileiro e a Copa do Brasil. Dorival afastaria o São Paulo de suas angústias e misérias futebolísticas em pouquíssimo tempo. Corrigiriam tudo de ruim que Eduardo Baptista e Rogério Ceni haviam feito.

A bem da verdade, a confiança em Cuca era maior. Evidente. Ele havia sido campeão brasileiro há cinco meses. Voltou como Dom Sebastião voltaria se não tivesse realmente morrido a batalha de Alcacer Quibir. Voltaria para dar ao Palmeiras glórias recentes, como dom Sebastião resgataria glórias antigas de Portugal.

E nada foi como se sonhou. O trabalho de Cuca é sofrível. O time foi eliminado pelo Barcelona do Equador e pelo Cruzeiro. E continua léguas de distância do Corinthians o Brasileiro. Já era. A confiança dos palmeirenses em Cuca é inabalável. Ainda neste domingo, almocei em Santos com amigos da família Simão. Maria, futura arquiteta, me disse que teria coragem de ler um post meu após a vitória sobre a Chape com o seguinte título. "Pintou o campeão".

Não deu, amiga. O Palmeiras jogou muito mal. O time parece travado em campo e há muitos jogadores superavaliados. Jean, Michel, Tche Tche, Thiago, William, Deyverson e Borja, quem mostra em campo a mesma desenvoltura e vontade de uma irmã de caridade em uma aula de pole dance.

Não pintou um Palmeiras campeão, mas pintou um São Paulo novamente no inferno futebolístico. Novamente entre os quatro piores. Novamente no vexame. Dorival analisou o empate contra o Avaí e disse que o São Paulo foi muito bem. E, para justificar a afirmativa, diz o seguinte:

"Construímos alguns bons lances, em alguns momentos em uma defesa muito bem montada."

Muito pouco, não é Dorival? A construção de alguns lances não significa uma grande partida.

Ele fala em evolução. Fala que o time está começando a criar confiança maior. Começando.

E termina com outra frase, que tem jeito de esperança, mas que, na verdade, é uma confissão de fracasso.

"Estamos aguardando por uma arrancada, mas está demorando a acontecer"

Dorival, Dorival… São nove jogos e a tal arrancada já deveria ter vindo. O Bahia teve uma arrancada. O Vitória está tendo uma arrancada. O Furacão subiu mais que a desconfiança do povo com o Michel. Temer, não o Bastos. E o São Paulo? Em nove jogos, foram três vitórias, três empates e três derrotas.

Muito pouco.

O discurso de Dorival parece não levar em conta o momento. Está melhorando, está solidificando, está ganhando confiança, estamos esperando uma arrancada. E o tempo passa. E nada. Na próxima rodada, pega o Palmeiras, fora de casa. E poderá ser ultrapassado por Vitória e Avaí, que visitam Coritiba e Chape, respectivamente.

Arrancada deveria tem começado com uma vitória contra o Atlético-GO, na estreia de Dorival. E foi empate, no Morumbi. Arrancada teria havido em caso de vitória contra o Coxa, no Morumbi. Derrota.

Com Dorival, o São Paulo tem aproveitamento de 44%. Se ele for mantido, o São Paulo terminará o campeonato com 45 pontos. Muito provavelmente, escapa. E quem não escapará será Dorival.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.