Topo

Menon

Parabéns, Galo!! Futebol não pode ser matinê do Faustão

Menon

25/08/2017 17h44

 

BLOG DO RODRIGO MATTOS tem uma notícia sensacional. O Galo projeta construir um novo estádio para 41.800 lugares. E dez mil não terão assentos, serão destinados a preços populares para o tipo de torcedor que está abandonando os estádios brasileiros por conta dos altos preços cobrados nas novas arenas e nos velhos estádios.

Ir ao futebol está se tornando um programa tão oneroso como ira à ópera. A impressão que fica é que tudo é calculado em dólar. Fazem estádios caríssimos e cobram a conta dos torcedores. Quem tem dinheiro, vai. Quem não tem, fica em casa, junto com o mozão, as crianças, a sogra e quem mais estiver na sala e vê o jogo disponível. O futebol passou a ser a matinê do Faustão.

A situação muda para quem tem o pague para ver. Mas não é barato, não.

Os clubes de futebol, por mais ricos que sejam, não podem abrir mão dos antigos geraldinos e arquibaldos. Eles são parte da paixão chamada futebol. E o futebol só será um bom negócio, se ele mantiver a chama da paixão. Quanto mais próximo de sua torcida, quanto mais perto de sua gente mais pobre, mais rico o clube fica. E com mais cartas na mão para discutir futuros negócios com a televisão, com os patrocinadores e fornecedores de camisa.

Quem tem feito bem a aproximação com a torcida é o São Paulo. O clube se aproveita de ter estádio grande para cobrar preços mais baratos. E a torcida responde, lotando o Morumbi nesse período grotesco que o clube vive, com um pé na segundona.

Melhor assim, junto do povo, do que depois, de já rebaixado, fazer camisas dizendo nunca vou te abandonar. O apoio precisa vir antes. A diretoria do São Paulo acertou. Um dos poucos acertos, talvez.

E o Galo acerta muito. O Galo é forte porque é popular.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.