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Faltou futebol no Clássico do Rio da Plata

Menon

31/08/2017 22h31

Messi. Suárez. Di Maria. Cavani. E mais Dybala e Icardi. Havia muitos artilheiros no mítico estádio Centenário. E houve apenas cinco chutes a gol, dois uruguaios e três argentinos. Em compensação, foram 29 faltas, 15 uruguaias e 14 argentinos. Sobrou roce, sobrou jogo truncado e faltou futebol.

Decepcionado com Carlos Sánchez e Lodeiro, jogadores habilidosos que estão devendo há tempos, Oscar Tabarez radicalizou na contenção. Escalou o meio campo com Nández, apontado como um novo caudilho, Alvaro Gonzalez, Vecino e Cristian Rodriguez. Muito suor e pouco talento. Muito esforço e pouco brilho. Na frente, dois monstros, Suárez e Cavani, esperando uma bola esticada ou um cruzamento do retornado Cáceres, pois Gastón Silva pouco ou nada apoia.

Sampaoli estreou uma nova Argentina, optando por uma linha de três. Ótimo. Se é possível defender com três, para que escalar quatro? Depois uma linha de quatro, com Pizarro, Biglia, Acuña e Di Maria, mais adiantado. E um ataque com Messi, Dybala e Icardi. Tudo ótimo, mas sem laterais e com pouca projeção ofensiva pelos lados. Messi e um pouco de Di Maria.

Então, seria fácil prever o que aconteceu. Muita gente no meio do campo. A Argentina, com muito toque de bola foi pressionando o Uruguai, que esticava bola ou outra para o ataque. A Argentina terminou com 73% de posse de bola contra 27%. Mas há outro número que mostra o estilo dos dois times. A Argentina trocou 657 passes contra apenas 100 do Uruguai.  Ou seja, um domínio de muito toque e muito terreno e pouca infiltração.

Os dois times encaminharam a classificação.

O Uruguai, com 24 pontos ainda joga com Paraguai (fora), Venezuela (fora) e Bolivia (casa)

A Argentina, com 23 pontos, ainda tem Venezuela (casa), Peru (casa) e Equador (fora)

As eliminatórias de 2002, 2006 e 2010, que foram jogadas como agora, com dez seleções em turno e returno, foi possível classificar-se diretamente com 28 pontos. E tiveram em comum o Uruguai em quinto lugar, com direito à repescagem, com 27, 25 e 24 pontos. Não está difícil para os dois gigantes se classificarem para a Rússia.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.