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Menon

Neymar foi anjo e demônio em Glasgow

Menon

13/09/2017 12h15

O PSG levou os dois Neymares a Glasgow. E eles fizeram o que se esperava deles. Um show de bola e de mau comportamento.

Durante o jogo foi o que é: o maior jogador brasileiro desde Zico, ao lado de Ronaldinho, Ronaldão e Romário. E crescendo. Fez o primeiro gol do jogo, recebendo passe genial de Rabiot, e definindo com precisão e técnica. Perseguido pelo zagueiro, com o goleiro crescendo à sua frente, marcou mais um para a conta que não termina. Gol de matador. Deu o passe para Cavani fazer o segundo. O uruguaio furou, mas Mbappé fez. Há um novo trio por aí. New kids on the Block (nããããõ), o NCM está aí. Ou seria NMC? Não sei. Precisa começar com N, de Neymar. Um anjo da bola.

Neymar foi também o que é desde que entrou em campo pela primeira vez. Um jogador que não respeita o adversário. E nem estou falando de drible, de lambreta, tudo isso é válido e só deixa o futebol mais bonito. Quem delimita o que é válido em campo, falando-se de drible, é quem não sabe driblar. Então, começa aquela história de fazer isso ou aquilo quando está ganhando é fácil, quero ver…blábláblá… Neymar sabe driblar e deve driblar. Fazer o que sabe não é desrespeito.

O errado é ficar mostrando três dedos para o marcador, mostrando o placar do momento. Errado é ficar reclamando de faltas. E, ao final do jogo, não aceitar o cumprimento do rival. Como se fosse indigno de compartilhar o mesmo espaço com ele, o Neymar. Prefiro o comportamento de Neymar no final do jogo do Brasil contra a Colômbia, quando esqueceu velhas rusgas e confraternizou com os companheiros de profissão.

Eu acho aceitável um atacante irritar-se com marcação pesada e jogar duro contra o zagueiro também. Edmundo era assim. Não gosto da ironia, do desprezo e do não saber vencer. Prefiro a dignidade dos jogadores de rugby, que fazem da pós carnificina uma ode ao esporte. Neymar precisa aprender com eles. Ou com Lionel Messi.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.