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Menon

Arana apimenta o clássico. Que ótimo!

Menon

22/09/2017 17h19

Guilherme Arana falou o que todo corintiano gostaria de ouvir. Que seria um ano perfeito 2017 terminar com o Corinthians campeão e o São Paulo rebaixado. Um sonho que o são-paulino viveu em êxtase há dez anos. Foi campeão e o Corinthians caiu.

O futebol é o esporte mais popular do mundo porque cria paixões. A melhor coisa do mundo é ver o seu time campeão A segunda melhor coisa é ver o rival na lama. Na segunda divisão. Quando as duas coisas acontecem ao mesmo tempo, é o Paraíso. Não há nada melhor. Arana falou a verdade. Falou a essência do futebol.

Eu sou a favor de todo tipo de provocação, de todo tipo de drible (lambreta inclusive), em qualquer momento do jogo. Nada daquela conversa de que só se pode driblar quando o jogo ainda não está resolvido. Tudo vale. Não gosto é do desrespeito. É preciso ter respeito e dignidade na hora da vitória. Aquelas embaixadinhas do Edílson, por exemplo, contra o Palmeiras. Para mim, foi horrível, foi desrespeito com colegas vencidos.

A vitória do River contra o Jorge Wilstermann é um exemplo. A torcida pedia olé e o River não atendia. Jogava sério, buscava mais gols e chegou aos oito. O maior respeito é tratar como igual, mesmo que não seja igual, é jogar sempre para vencer.

A declaração de Arana certamente motivará mais os jogadores do São Paulo? Acredito que motivará mais em nível pessoal. Talvez cresça a animosidade contra o lateral. No cômputo geral, se houver motivação extra, é um erro. Os jogadores do São Paulo ganham bem, ganham em dia e estarão em sua casa. Casa lotada. E precisam tirar o time de uma situação incômoda. E precisam evitar um vexame histórico. Então, há muitos motivos para motivação. Não precisa de mais.

Antes do jogo contra o Vitória, o zagueiro Kanu disse que ele e os seus companheiros iriam treinar muito para tentar atropelar o São Paulo. Tentar, vejam bem. A declaração elevou os ânimos dos são-paulinos, que responderam depois. Não vi nada de desrespeitoso no que ele falou. E também não vi nada de exagerado na resposta de Petros. Só aquele papo de que havia pais de família que não mereciam desrespeito. Bobagem, caretice. Se fossem solteiros, mereceriam? Ou não reagiriam?

Futebol é bom assim. Com ânimos exaltados, com campo lotado, com bandeira, batuque, cerveja, duas torcidas, dribles, jogadas duras e leais e um abraço (ou não) no final. Como em São Paulo, muitos desses ingredientes são proibidos por nossas autoridades incompetentes, viva a provocação de Arana.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.