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Oswaldo é o homem certo na hora errada

Menon

26/09/2017 13h50

Oswaldo de Oliveira é um dos caras mais legais que conheci na carreira. Desde o início, no Corinthians, quando era auxiliar de Luxemburgo. Depois, como Carille agora, foi afastado para que Evaristo assumisse e, em virtude dos maus resultados, voltou. Fiquei muito fã dele em 2000, quando Eurico Miranda o demitiu às vésperas da final da Copa Mercosul, contra o Palmeiras, e da semifinal do Brasileiro. Eurico irritou-se porque Oswaldo deu um abraço em Scolari, que dirigia o Cruzeiro. Eurico não gostava de Felipão. E não gostou também de o Vasco permitir o empate depois de estar vencendo por 2 x 0 e o terceiro foi marcar a reapresentação dos jogadores (após o empate no sábado) para segunda às 16h. Oswaldo não aceitou e foi demitido.

"O dirigente tem poder sobre o cargo do treinador, mas não tem poderes nas funções de técnico. Ele não poderia ter alterado o trabalho sem antes falar comigo. Não foi o placar que determinou minha demissão. Ele tentou mudar uma determinação minha e isso eu não admito", disse Oswaldo à época.

Agora, Oswaldo assume o Galo, após três trabalhos anteriores com resultados ruins. No Catar, Sport e Corinthians, teve apenas 35% de aproveitamento. E o que se espera de Oswaldo?

O time tem 31 pontos ganhos, após trabalhos ruins de Roger e Micale. Está em 11º lugar e tem nove pontos a menos que o Botafogo, que fecha a lista dos seis que se classificam para a Libertadores. E está apenas três pontos à frente do São Paulo, o mais bem classificado entre os que habitam a depressão do Z-4.

A diretoria fala em Libertadores, que salvaria o ano, mas é bom pensar mesmo na fuga do rebaixamento. A luta é dura, o time não tem dado resposta e não é um tipo de missão que parece adequada ao estilo de trabalho de Oswaldo. Ele busca sempre times ofensivos e não tem conseguido montar sistemas defensivos eficientes. No Corinthians, foi uma peneira.

São 13 jogos apenas.  Pode ser meu estilo retranqueiro falando, mas não vejo um time aberto como melhor opção para a espinhosa missão de permanecer na Série A.

Que ele consiga. Oswaldo merece essa façanha a mais na carreira.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.