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Rafael Fernandes, verdadeiramente amoroso e respeitador

Menon

08/10/2017 19h02

Quem me acompanha, aqui no blog, sabe que eu defendo uma tese radical: todo clube de futebol, por menor que seja, é maior que seus jogadores, por maior que sejam. O Argentino Jrs é maior que Maradona. Por quê? Porque as pessoas que amam o "Bicho" já o amavam antes de Diego estrear, com 15 anos, e continuaram amando depois que foi para o Boca, após 166 jogos e 149 gols. Só não citei Pelé e o Bauru Atlético Clube porque o Baquinho, como clube de futebol, não mais existe.

A paixão pelo clube é eterna. A paixão pelo jogador é efêmera.

O jogador de futebol ganha muito dinheiro. Tem assessoria bem paga. Deveria aprender essa regra básica e respeitar sempre o clube. Se profissional, lutar por seus direitos, denunciar atraso de salários, ir à Justiça, tudo é da vida, tudo é válido. Mas que a luta seja contra o dirigente e não contra o clube.

Eu achei um bom exemplo de jogador que respeita o clube. O goleiro Rafael Fernandes, 17 anos e 1,94m trocou o São Paulo pelo Internacional. Sua assessoria de imprensa noticiou o fato. Lembrou a grande história de goleiros do Colorado, citou Taffarel e Alisson e fez uma grande menção ao São Paulo. Leiam abaixo:

O fato de ter acertado com o Internacional não desmerece em nada o respeito, o carinho e o reconhecimento pelo clube paulista. Pelo contrário, foram quase quatro anos de muito acolhimento, profissionalismo e amadurecimento.

Rafael chegou ao São Paulo FC em janeiro de 2014. Teve a oportunidade de usufruir de um centro de treinamentos que é referência internacional no trabalho de formação de atletas de alto rendimento. Atualmente, o CF Cotia é considerado um dos maiores pólos sul-americanos de intercâmbio esportivo, recebendo delegações de diversos esportes e de todas as regiões do planeta. Lá, conviveu com atletas que integram sistematicamente as categorias de base da Seleção Brasileira, inclusive, tendo alguns companheiros do sub-15 entre os tetracampeões sul-americanos, em 2015.

Nestes quase quatro anos de São Paulo, Rafael amadureceu muito pessoalmente, pois ficou longe da família, mostrando muita disciplina para seguir em busca do sonho de se tornar atleta profissional. Com o apoio pedagógico do clube, concluiu o ensino médio e deu início à faculdade de Educação Física. Na capital paulista Rafael finalizou o primeiro semestre e pretende seguir os estudos no Sul.

Durante esta passagem pelo São Paulo, o ano de 2016, particularmente, foi muito especial. Rafael ajudou o clube na conquista invicta da 14ª edição da Copa Ouro sub-17. Detalhe: o Tricolor Paulista disputou o torneio com a equipe sub-16. Ainda teve a oportunidade de conhecer o maior ídolo são-paulino e um dos maiores goleiros do futebol mundial: Rogério Ceni.

"Sou muito grato ao São Paulo. Fui muito feliz enquanto estive lá. Tive a oportunidade de viver o dia a dia de um grande clube e de fazer grande amigos. Vou guardar estas lembranças sempre com muito carinho", revelou!.

Impressionante como há dignidade na matéria. Como Rafael mostra que seguirá o caminho da honestidade, respeitando os clubes que defenderá durante a sua carreira. Nunca será marqueteiro.

Já há algum tempo, é comum um jogador sair de um time após o final do contrato e não dizer um até breve para quem o acolheu. Não diz um agradecimento qualquer aos torcedores que o apoiaram. Fazem o que o empresário manda. Deveriam aprender com o garoto Rafael a serem respeitadores e amorosos com o verdadeiro dono da paixão futebolística.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.