Evolução, Dorival? São Paulo precisa de revolução
Dorival está certo em falar de evolução no São Paulo. Os números mostram que, sob seu comando o time conseguiu 44,44% dos pontos (20 em 15 jogos) enquanto com Ceni o desempenho foi de 33,33% dos pontos (11 em 11 jogos).
É uma evolução considerável. Em termos de pontos, o time evoluiu 33,33% (saiu de 33,33 e foi para 44,44).
Se o time mantiver esse rendimento de 44,44% dos pontos nas últimas rodadas, conseguirá 14,7 pontos. 14 ou 15. Chegará, então a 45 ou 46 pontos ao final do Brasileiro.
Parece o general Geisel falando em distensão lenta, gradual e segura, quando o Brasil queria rapidez no avanço para a democracia.
E o que significa isso?
Estará salvo da degola.
E Dorival será demitido.
Sim, porque números são números. Aquela coisa chata que eu empurrei a vocês nos três primeiros parágrafos.
E futebol é futebol.
E a evolução futebolística é muito lenta. O time não consegue vencer duas partidas seguidas.
Sabe quantas partidas Oswaldo de Oliveira demorou para ganhar duas seguidas no Galo? Duas. As duas primeiras. Chegou e venceu. Dorival já leva 15 partidas no São Paulo e não emendou uma sequência de duas vitórias.
E o que isso acarreta? Necessidade premente de vencer. Obrigação. E a obrigação de vencer causa ansiedade e diminui o rendimento. Foi assim contra o Sport. O time era obrigado a ganhar e como sofreu para conseguir. No sábado, é o Furacão, no Pacaembu. Novamente, o time é obrigado a ganhar, para fugir do Z-4. Ora, depois de 15 jogos, já era para o time haver conseguido uma margem de manobra, um alívio. Nada disso.
Dorival fez coisas boas.
O esquema com um volante, três meias e dois atacantes (variável durante o jogo) é moderno e pressupõe marcação ofensiva, pressão no rival. Foi assim contra o Corinthians. E desandou contra o Sport. E contra o Galo, só funcionou depois de tomar o gol.
Trocou o goleiro. Sidão tem jogado bem, ao contrário do que eu previ.
Resolveu o problema da lateral, com Militao.
Efetivou Lucas Fernandes. E está dando espaço para Shaylon.
Tudo muito bom, tudo muito bem, mas tudo muito devagar.
Rogério Ceni foi mal. Mas quem garante que ele não teria reagido e chegado ao ponto em que o time está hoje.
Afinal, independentemente do tamanho da evolução, o time continua no sufoco, vivendo cada rodada como se o desastre estivesse iminente (e está), com uma calculadora na mão, com um olho no jogo do São Paulo e outro no jogo dos rivais.
Evolução, Dorival? O time precisa de revolução.
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