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Cuca ficou grogue após derrota para o Santos. Nocaute veio contra o Bahia

Menon

14/10/2017 10h49

"Ninguém vai dizer nada que o Santos veio aqui, jogou como um time covarde e ganhou o jogo? Não é possível isso, não é possível". Cuca andava de um lado para outro no vestiário do Palmeiras, após a derrota por 1 a 0. O tom de voz variava, de gritos a sussurros. Dava chutes no ar e não parava de se lamentar. "A gente dá 25 chutes no gol, eles ficam recuados e ganham. Assim, não dá".

Cuca sabia que, ali, estava sepultado o sonho do título. Sonho difícil, muito difícil, mas que ele estava acalentando junto com os jogadores. Havia conseguido criar um consenso entre os comandados: se o Palmeiras vencesse seis jogos seguidos, chegaria ao clássico contra o Corinthians com aproximadamente seis pontos atrás. E, com uma vitória, o título estaria aberto.

A série havia começado bem, com vitórias sobre o Coritiba, em casa, e Fluminense, fora. Faltavam Santos (casa), Bahia (casa), Atlético-GO (fora) e Ponte (casa). Uma série possível de conseguir. Foi a meta que colocou para todos. E, ao mesmo tempo, mostrava-se muito entusiasmado para o próximo ano. Sabia os acertos que precisava fazer e dizia ser ótimo começar a temporada com um elenco formado pelo treinador. (Aliás, um argumento fraco, na minha opinião. O elenco atual, que não deu resultado, tinha muito daquele do ano passado, campeão brasileiro).

Ainda no vestiário, após a derrota contra o Santos, surgiu o Cuca místico. "Se a gente faz um jogo ótimo assim e perde só pode ser porque Deus está preparando algo melhor para o ano que vem.";

Ainda acreditava no ano que vem. O que se tornou inviável após o empate contra o Bahia. O vestiário viu um Cuca conformado, muito diferente do outro, contra o Santos. "Jogamos 15 minutos de bola e mais nada. O Bahia foi melhor".

A certeza da luta pelo título e a esperança em um novo ano foram trocados por outra certeza: não havia mais nada a extrair do elenco. Sua passagem estava terminada. Exatamente o que a diretoria pensava, com uma nuance. Mattos e o presidente consideravam que o Palmeiras estava jogando pior do que Cuca achava.

Mas era apenas um detalhe.

E chegou-se ao acordo comum.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.