River foi galinha como nunca. Lanús é o maior clube de bairro do mundo
A virada do Lanús, de 0 x 2 para 4 x 2, além de causar a eliminação do River na semi da Libertadores, serviu para que torcedores dos rivais, principalmente o Boca, usassem e abusassem de gozações.
Os temas eram dois: lembravam a Série B, onde o River esteve há alguns anos e o que consideram uma tendência para o "amarelismo". O River tem o apelido de gallina (galinha) desde a final da Libertadores de 1966, quando vencia o Peñarol por 2 x 0, no terceiro jogo, e permitiu a virada, com gol de Pedro Rocha, então, com 24 anos e que brilharia no São Paulo na década seguinte.
O jogo foi marcado também pelo polêmico uso do árbitro de vídeo. O River vencia por 2 x 0 e, aos 40 minutos do segundo tempo, pediu que o árbitro Vilmar Roldán fizesse uma consulta após a bola bater na mão de um jogador do Lanús. Ele se recusou, mas usou o árbitro de vídeo no segundo tempo, a favor do Lanús, resultado no quarto e definitivo gol.
O Lanús é um time de menor projeção que os grandes River, Boca, San Lorenzo, Independiente, Racing e Huracán (mais pela tradição do que por resultados). Ele se considera um time de bairro. Em seu site oficial está escrito "el más grande clube de barrio del mundo". É uma opção que me seduz. Para jogar futebol, para representar a paixão de um povo, ou de um estado, ou de uma cidade ou de um bairro, como é o caso, não é preciso ficar discutindo quem tem o estádio maior, o estádio mais moderno, em qual estádio o perfume da privada é mais cheiroso, quem tem maior patrocinador ou qual diretor de futebol é melhor.
Basta existir.
E, se um dia, vencer um grande, mesmo que galinha, muito melhor.
Será inesquecível. Histórico.
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