Corinthians precisa mostrar quem manda em Itaquera
Mi casa es tu casa.
O ditado popular, símbolo da hospitalidade mexicana e de outros países de língua espanhola, deve ser totalmente esquecido pelo Corinthians no domingo, quando recebe o Palmeiras.
Passa por aí uma vitória ou, no mínimo, a manutenção dos cinco pontos de diferença sobre o rival.
Há alguns fatos sobre o clássico, que, mesmo sendo desfavoráveis ao Corinthians não são desconhecidos por sua torcida. E entendê-los é o primeiro passo para conseguir o bom resultado.
Vamos a eles.
O Palmeiras tem mais elenco que Corinthians.
O Palmeiras tem mais time que o Corinthians.
O Palmeiras, o que é mais importante, está jogando muito mais que o Corinthians.
A diferença de futebol não está no nível alto. O Palmeiras não está ótimo e o Corinthians, bom. Neste caso, a diferença não faria tanta diferença assim. O fato preocupante é que o Corinthians está jogando mal. E o Palmeiras, muito mal.
O Corinthians deve perder Jô por alguns jogos, pelo coice que deu em Rodrigo, contra a Ponte.
E, com tantas condicionantes ruins, há um lado bom para o Corinthians: o empate é um bom resultado. Ele teria mais seis rodadas para defender cinco pontos em relação ao Palmeiras.
É como se fosse uma final e o Corinthians precisasse de um empate.
Não estou falando do Santos, que, se vencer o Galo, ainda hoje, também entra forte na briga.
E o que o Corinthians pode fazer para vencer ou empatar?
Tecnicamente falando, as entradas de Clayson e Camacho são muito necessárias. Clayson está jogando bem e se tornando uma opção ofensiva pelos lados do campo. Camacho tem dado mais força à defesa, desde que Maycon perdeu a qualidade de avançar e se tornar uma possibilidade de quebra das linhas rivais.
Taticamente falando, o Corinthians precisa recuperar qualidades que está perdendo: a compactação de suas linhas, a eficiência defensiva na bola aérea e a transição rápida.
É só isso. Não há coelhos na rota cartola corintiana. É o que tem para hoje.
Mas, mi casa no es tu casa.
O Corinthians precisa ser muito macho no jogo. Precisa mostrar antes do jogo, bem antes, que está ali para defender sua casa, sua honra e seu título. A torcida, por exemplo, deve seguir o que tem feito ao do São Paulo e escoltar o ônibus até a chegada ao estádio. Na hora da moedinha subir, uma cara feia do capitão faria muito bem. Tipo encarada de UFC. Nada de violência, mas é preciso deixar claro o seguinte: aqui, quem manda sou eu. "Jogador da camisa verde, vá jogar a sua rede para lá".
O jogo, por parte do Corinthians, precisa ser disputado duramente. Cada dividida, cada falta, cada escanteio.
Mi casa no es tu casa.
E, me desculpem o óbvio, depois de marcar presença, é preciso jogar bola, não é?
É preciso atacar, defender, impedir Keno de brilhar, estar atento ao Borja, que está voltando a ser letal.
Assim, teremos um jogo épico.
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