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Nelson Simões: "Rogério não é arrogante. É inteligente e profissional"

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17/11/2017 06h29

Rogério, Pavão, Bordon, Nelson e Ronaldo Luiz; Mona, Pereira e Denilson, Catê, Caio e Toninho. Uma escalação que nunca se repetiu no time profissional, mas que ficou marcada nos corações e mentes tricolores. O time que ganhou a Copa Conmebol e que goleou o Peñarol titular por 6 x 1. Ainda havia André Luiz, Baresi, Juninho Paulista, Guilherme…

Rogério é o Ceni, com 1238 jogos pelo clube. Nelson é o Simões, de carreira bem mais modesta, 37 jogos pelo clube. A parceria que foi forte na base e de poucos jogos no profissional, volta a se repetir agora. Nelson é o auxiliar escolhido por Ceni para seu trabalho no Fortaleza. O convite veio do treinador e não surpreendeu Nelson. "Eu trabalhei quatro anos em Cotia e saí em 2014. Estava parado e pedi para o Rogério para acompanhar o seu trabalho como treinador. Ele deixou e depois eu pedi alguma indicação para retomar minha carreira. Ele falou que, quando soubesse de alguma coisa, me diria. Quando me ligou, fiquei muito feliz".

Os dois são diferentes. Difícil imaginar uma parceria entre o falador poliglota e o caladão. Mesmo que o caladão se expresse muito bem. Um arrogante e um perfil baixo, Nelson?

"O Rogério nunca foi arrogante. Ele é inteligente e quem é inteligente no futebol causa essa impressão ruim. Eu acho errado porque para estar no futebol, você precisa ser inteligente. Jogador burro não vai longe, não. Precisa tomar muitas decisões em 90 minutos. E o que une a gente é o profissionalismo. Sou mais calado do que ele, mas sempre fui muito profissional. Esse é o ponto de união".

O Fortaleza tem poucos jogadores e o time precisa ser reconstruído. Rogério já passou nomes para o presidente Marcelo Paz. Nelson não fala em nomes, mas explica o perfil que se espera dos novos atletas. "A primeira coisa é saber jogar. Precisa ter qualidade. E precisa ter comprometimento, como nós sempre tivemos. Precisa respeitar o clube e a profissão";

O time, segundo Nelson, será "cascudo" como o campeonato. "A série B é difícil, tem jogadores de qualidade, tem times bons e não se pode bobear. Pode ter jogadores que estão saindo da base do São Paulo e de outros times, mas vai ser forte e comprometido. O elenco vai estar pronto no começo de janeiro e dia 10 já tem jogo no Cearense".

Nelson, depois de 37 jogos pelo São Paulo, atuou no Rio Branco, na Caldense, América de Natal, Juventus, XV de Piracicaba. Uma carreira modesta, ao contrário do que se esperava daquela geração tão vencedora na base. Nelson, ao lado de Sergio Baresi, formava a dupla de zaga titular do time campeão da Copa São Paulo de 93.

Agora, volta ao campo. "Ficarei ao lado do Rogério, pronto para ajudar e dar minhas opiniões. É a melhor forma de ajudar a ele, de me ajudar e de ajudar o Fortaleza, que é o mais importante."

 

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.