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Vizeu nem devia ter jogado, segundo a Inquisição

Menon

01/12/2017 11h21

E Felipe Vizeu fez dois gols, gols de centroavante, classificando o Flamengo para a final da sul-americana. Para um título que, se vier, poderá ser um belo consolo para um ano ruim, muito abaixo das expectativas. E ele, segundo os Inquisidores do Terceiro Milênio nem deveria estar no jogo. Deveria estar afastado. Preso em Guantánamo ou na Sibéria. No Saara ou na Ilha Grande. Deveria estar cumprindo pena após seu grotesco ato no jogo contra o Corinthians, quando mostrou o dedo do meio para o zagueiro Rhodolfo, companheiro de time.

Notem que eu falei grotesco, não disse infeliz ou infantil. Não diminuo o tamanho da grosseria ou da irresponsabilidade, acredito, sim que deveria ter havido uma punição dentro do que diz a Constituição Federal e as Leis Trabalhistas (escrevo em letras maiúsculas pela tristeza com que vejo como são desrespeitadas), mas nunca afastado do campo.

Afastado está o Guerrero, por motivos alheios à sua vontade e à vontade do clube.

Vizeu, não. Deveria estar em campo. E, em campo, fez três gols em três jogos, após o jogo do dedo. Três gols muito importantes.

Realmente, me incomoda muito a sanha punitiva. Futebol é um esporte em que as relações humanas são muito exigidas. Um elenco tem 30 jogadores, vindos de vários estados e de alguns países, além da própria base. Muitos deles vem de lares complicados, outros da extrema pobreza e alguns são mascarados mesmo, como Vizeu.

O clube precisa entender tudo isso, tratar os desiguais de maneira desigual, descobrir o que está se passando e punir, sim, o jogador, quando necessário. O que não pode é se punir. O Junior Barranquilla adoraria que Vizeu houvesse sido punido.

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Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.