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Quando Diego se tornou um burocrata?

Menon

14/12/2017 13h55

Diego Ribas, acreditem, já foi Ezequiel Barco. Agressivo, instigante, ousado como o garoto do Independiente, 18 anos, frágil e encarador, que comandou o Rojo na luta pelo título.

Foi quando? Em 2002, com os Meninos da Vila. A magia era por conta de Robinho e suas pedaladas, mas Diego era referência também. Perto da área rival, era um perigo.

Hoje, com seu cabelo cheio de brilhantina, glostora ou brilcrem, com sua barba milimetricamente aparada, parece um hipster pronto para brilhar na noite carioca.

Mas o ritmo em campo condiz mais com redes sociais.

Diego participa pouco do jogo. Não é e nem pretende ser o jogador surpresa, o que vem com a bola dominada, faz uma tabela vertical e rompe as linhas defensivas, com chute ou sofrendo faltas.

Nada disso. Ele se posta mais atrás, na intermediária, onde milhares de craques brasileiros romperam. Milhares mesmo. Todo time de toda cidade, de Santana do Livramento a Macapá, tem um jogador assim. Em Aguaí, havia Carlos da Carolina, Paulo da Leiteria e outros.

E o que fazem esses jogadores? Recebem a bola e tentam lançamentos para os pontas ou para o centroavante. Todos, errando ou acertando.

Todos, menos Diego. Ele recebe a bola e toca de lado, para os laterais. É uma postura próxima da acomodação.

E fica uma dúvida: por que os clubes brasileiros estão sempre prontos a repatriar jogadores veteranos, pagando milhões e não olham para as canteras  de Sudamerica.

O jovem Barco vai navegar na MLS. Ruim para ele. Ruim para quem não ó vou antes. O futuro vai para EUA, o passado volta ao Brasil.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.