Topo

Menon

Mundial precisa acabar, apesar da bravura do Grêmio

Menon

16/12/2017 16h09

O Mundial de clubes, neste formato, não tem mais a menor razão técnica para continuar existindo. A diferença entre seleções transnacionais e clubes quase sempre endividados é constrangedora.

Como assim, se o jogo foi apenas 1 x 0?

Como assim, se o gol veio em uma falha da barreira gremista?

Como assim, e se o Grêmio não errasse na barreira e se o Grêmio acertasse um contra-ataque…?

Pois é. O que resta para um grande time como o Grêmio, para um time que pratica o jogo bonito, com triangulações, com bom passes, é isto. Apostar na solidez defensiva e em uma bola bandida. Foi assim com o Inter e com o São Paulo.

O mundo mudou totalmente. Os nossos jogadores deixam os clubes com 18 anos ou menos. Não é mais possível um time sulamericano reunir um elenco como o do São Paulo em 92/93 ou o Flamengo de 81. O São Paulo que venceu o Barça e Milan tinha Zetti, Cafu, Ronaldo, Raí, Leonardo e Muller que estiveram na Copa de 94. O Flamengo tinha Zico, Junior, Leandro. Zico, um dos maiores do mundo naquele período.

Hoje, não é fácil chegar até o jogo final. Inter e Galo fracassaram. O Pachuca complicou muito para o Grêmio. O desnível entre os campeões da América do Sul e da Europa é maior que o desnível entre América do Sul e Concacaf.

Vejamos as alterações:

Sai Benzema, entra Bale.

Sai Barrios, entra Jael.

Seria muito bacana haver um Mundial Interclubes com oito times, três europeus, dois sulamericanos e mais três de outros continentes. Ou algo parecido. Seria muito mais atrativo.

Do jeito que está, o glorioso futebol da América entra em campo sonhando em não sofrer vexame.

Agora, imagine um jogo entre seleção da América contra a seleção da Europa.

Seria muito diferente.

Não haveria vinte finalizações de um lado e apenas uma do outro.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.