CR7 precisa comer muito tremoço para ser Pelé
O passado é um porto seguro. Pelo menos, as lembranças que temos dele. Memória seletiva. A primeira namorada (ou namorado) era fantástica. E continua sendo. Nem interessa se, no facebook, a pessoa se tornou uma jihadista do Bolso.
A tendência para achar que todo o passado é perfeito se espraia pelo futebol. Todo time tinha um dez melhor que Zidane. Tudo era melhor, hoje não se joga futebol etc.
E por que cargas d'água, de uma década para outra, não haveria mais jogadores bons? Alguma maldição alienígena? Alguma deformação genética?
Nada. Hoje, vivemos o duelo de dois grandes jogadores. Aquele que pode estar, com méritos, entre os dez mais da História, está levando vantagem sobre o outro, que mercê estar entre os cinco.
Vamos aproveitar, sem ficar no pântano passadista.
Mas há o outro lado também. Nada do que foi, presta. A OTD é mais que o Brasil bicampeã. Mbappe é mais que Garrincha. Cruyff, bem, Cruyff é europeu. Com ele, não se mexe.
Há dois argumentos principais. O primeiro é relacionado à parte fìsica. Hoje, se corre muito mais e não há espaços. Então, os de antigamente, não conseguiriam andar.
Ora, não estamos falando do DeLorean de Marty McFly. Temos de imaginar aqueles craques com o preparo físico de hoje. Aquele Pelé, de 70, que parou no ar, contra a Itália, subiria ainda mais hoje. Jairzinho seria um tanque mais forte, mais rápido e mais legal.
O segundo argumento é que Pelé não jogou na Europa. Mas levou o Santos a dois títulos mundiais. Imaginemos então se Messi tivesse feito sua carreira no Rosário. Ou Cristiano no Sporting.
Então, sem nenhum pé no passado e realmente extasiado com o duelo Messi e CR7, eu digo que o português, que joga muito, tem de comer muito tremoço para ser como Pelé.
Mesmo porque no tempo de Pelé, que nunca foi para a Europa, não havia duelo.
Ele era o Rei.
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