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Petraglia acerta ao enfrentar empresários

Menon

09/01/2018 18h00

Mauro Celso Petraglia, presidente do Clube Atlético Paranaense, colocou o dedo na ferida, ao analisar o fracasso da contratação de Seedorf, para o cargo de coordenador de futebol do clube. Ele reclamou da ação dos agentes de Seedorf (OTB Sports) que teriam pedido uma comissão muito grande para o fechamento do negócio.

Petraglia disse que, como o fim da Lei Pelé, o futebol brasileiro se viu nas mãos de cinco ou seis grupos de empresários que dominam o futebol brasileiro. Os jogadores continuam escravos, mudando apenas o dono. Não mais os clubes, mas os empresários.

Primeiramente, é preciso deixar claro que a Lei Pelé foi muito importante e necessária. Mas os efeitos apontados por Petraglia são reais. É interessante, por exemplo, um time pobre ter categorias de base? Ele recebe o jogador desde pequeno, depois de 12 anos já pode acolhê-lo em um alojamento e na hora de assinar o primeiro contrato, o empresário aparece e pede milhões. Ou então, diz que não quer assinar. E vai para um clube maior.

Uma vez, entrevistei Gilmar Rinaldi, que esta tratando da renovação de contrato de Danilo com o Corinthians. Ele me explicou que receberia uma comissão do clube e outra do jogador. Inacreditável. Se ele é representante do jogador, deve buscar o melhor contrato para ele e receber sua merecida compensação. Mas, dos dois lados.

No caso Seedorf, a OTB é representante do jogador. Cabe a ele pagar uma comissão ao agente que lhe arrumou um novo lugar para trabalhar. Não ao novo empregador. Se eu colocar meu apartamento à venda, o corretor, após o negócio fechado, recebe de mim e também de quem comprou? Não, né?

A resposta da OTB foi de uma baixaria total e mostra o nível baixíssimo das pessoas que atuam no mercado do futebol. Eles chamam Petraglia de gagá e insinuam problemas mentais e recomendam que a família busque ajuda profissional.

Como dirigentes de clubes de futebol podem continuar negociando com pessoas agressivas e preconceituosas assim? Como se submetem a isso? Na verdade, ao contrário do que Petraglia falou, os clubes é que são escravos desse tipo de profissional.

E Seedorf? Queria o emprego? Não queria? Opinou? Ou aceita tudo? É bom ter voz ativa em sua carreira profissional. Afinal, como treinador do Milan foi um fracasso. Não está com tanta força para rejeitar o Furacão.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.