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São Paulo está fraco e erra ao colocar pressão na base

Menon

16/01/2018 09h23

O ano tem sido de perdas para o São Paulo.

Perdeu Hernans para os chineses.

Perdeu Pratto para o River Plate.

Perdeu Scarpa paa o Palmeiras.

Hernanes e Scarpa eram totalmente inevitáveis diante do poderio econômico da China e do Palmeiras. Eles não disputam com clubes brasileiros, eles passam por cima.

Pratto poderia ter ficado, mas o River Plate, hoje em dia, é mais que o São Paulo. Tem mais dinheiro e disputa a Libertadores. Ah, e havia também a imensa saudade da filha, que aumentou muito no último ano… Se  proposta fosse do Olimpo de Bahia Blanca, a saudade seria controlada facilmente.

Mas, se Pratto saiu, Diego Souza veio e a situação está resolvida? Não é bem assim. O ideal seria ter os dois. Ter um elenco mais forte do que aquele que terminou o ano deixando a angústia para trás e a esperança pela frente. A esperança que a presença do São Paulo no mercado diminuiu.

Esperança de quê? De ganhar um Brasileiro? Melhor diminuir expectativas e pensar na Sul-americana ou na milionária Copa do Brasil, que, por ser mata-mata, permite surpresas.

Há ainda o problema Cueva. O quanto ele estará comprometido com o clube, em ano de Copa? E é possível que receba uma boa oferta após o Mundial e deixe o clube, despedindo-se com um vídeo ou uma cartinha melosa, como é moda agora.

E então, diante de uma situação nebulosa como esta, o clube aposta, pelo menos midiaticamente, na base. O site traz matérias sobre o número de jovens de Cotia prontos para jogar. Há até uma hashtag, #abasevemforte, com filmetes diários, muito bem feitos.

A base é futuro, a base é esperança e todos sabemos que futuro e esperança combinam também com incertezas.

Shaylon vai desencantar e tornar aqueles rasgos de ousadia mais constantes?

Brenner vai confirmar as expectativas e se transformar em um atacante de alto nível. Ficará perto de um Gabriel Jesus? Ou, pelo menos, ficará longe de ser um Ademílson?

Lucas Fernandes superará as contusões e uma certa timidez (dentro de campo) que tem atrapalhado seu despertar? Voltará a driblar, ali pela esquerda, a chutar de fora da área, a cobrar faltas?

Marquinhos Cipriano, Gabriel Sara, Bissoli? Caíque?

Pedro Augusto e Paulo Henrique chegam, a meu ver, com expectativas menores.

Eu gosto de Liziero, que está na Copinha. Me parece um Junior Tavares menos brilhante e mais aplicado à marcação.

O São Paulo não deveria colocar pressão nestes jogadores. Nada contra escalá-los em profusão contra o São Bento ou em outros jogos. Tem de ir para o fogo mesmo. Mas não deveria dar tanta mídia a eles, enquanto ainda nem jogaram.

Mas o raciocínio me parece o contrário. A gente fecha treino, fecha filmagem e enche o site com informações e filmetes da molecada. É o momento bom para dar espaço ao trabalho de Cotia.

Não é uma boa, eu acho.

E, assim que Raí resolver a contratação de Lugano, é bom voltar ao mercado. Fazer com que haja notícias, enquanto os jovens não confirmam todas as expectativas que o clube está jogando sobre eles.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.