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Menon

Neymar está nas cordas

Menon

15/02/2018 12h00

Neymar sim. E não o PSG. Porque aqui não se trata de clichês do tipo "quando ganha, todo mundo ganha quando perde, todo mundo perde". Se perder para o Real Madrid, o PSG continuará sendo o que tem sido: um time sem tradição, com muito dinheiro e lutando para mudar de patamar. E, para impulsionar a mudança, apostou em….Neymar, transformado na maior transação da história do futebol. Também trouxe Mbappé e outros, mas o nome do projeto, a cara do projeto é Neymar.

Se o PSG ganhar a Liga dos Campeões, será por conta de Neymar, mesmo que não seja. O título que dará ao PSG o direito de ombrear-se aos gigantes da Europa será creditado ao brasileiro. Então, como pau que bate em Chico, bate em Francisco (obviamente, estamos falando de futebol e não de meandros da justiça brasileira), caberá a ele o ônus do fracasso.

E além do fracasso do projeto PSG, também haverá o fracasso de outro projeto. O projeto pessoal de Neymar. Ele mudou de time para ser o melhor do mundo. Para ser o astro principal. Para ter um time seu. E tem exercido com maestria. Jogando muita bola, é claro, mas também exercendo o direito adquirido. Aqui, quem manda sou eu. Neymar não moveu uma palha pelo coletivo, pela harmonia do grupo, sempre mostrou que o time era ele. Que o time era dele. Então, o fracasso será dele.

Se houver fracasso, é lógico. O jogo está aberto, apesar de o Real Madrid começar o jogo em Paris classificado. E continuar classificado, mesmo que o PSG marque um gol. Neymar já esteve em situação parecida no ano passado. Duas vezes. Na primeira, após derrota por 4 x 0, comandou o Barça na famosa virada por 6 x 1, que classificou o time para a semi da Liga dos Campeões. A vítima? O PSG, seu time atual. Seu time atual. Nos dois sentidos.

Foi uma partida memorável do craque. Ofuscou Messi, Iniesta e todos os outros companheiros de Barcelona. E, embora não mandasse no clube, como manda hoje, foi o grande nome do jogo.

Na segunda vez, em que esteve nas cordas, Neymar não pôde ajudar o Barcelona. Um 0 x 0 após derrota por 3 x 0, deixou o time fora da decisão, classificando a Juventus. Não se pode culpar Neymar, é claro. O time não era dele. Ele apenas fazia parte dele.

E, como disse meu amigo Luis Augusto Monaco, da CHUTEIRA FC , qual será o ânimo de Neymar em se dedicar ao insosso campeonato francês, sabendo que seu projeto de ser o melhor do mundo está adiado por um ano?

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.