Topo

Menon

Edílson, capetinha ou capitão? Do mato

Menon

16/02/2018 15h01

E nada muda em Pindorama. Mesmo após o desfile mágico da Tuiuti, questionando o fim da escravidão, diante de tantas injustiças no Brasil, vem o Edílson na televisão dizer que goleiro de pele escura não dá certo.

Pele escura? O nome é negro, Edílson. Não é possível mais falar em pele escura, em colored em bobagens assim.

E você já ouviu falar de Dida? Jefferson? Jaílson? Sidão? E tantos outros trabalhadores que enfrentam esse tipo de preconceito?

Você sabia, caro Edílson, que esse clichê racista começou com os gols sofridos por Barbosa na final de 50. Ou seja, era certeza que o Brasil seria campeão. Não foi? Coloca a culpa no negro. É assim toda hora, Edilson. Quando um negro dirige um carro bonito, é parado na blitz.

Edílson, apesar de toda sua fragilidade física, você está fazendo o papel do capitão do mato, do capataz, tão bem mostrados pela Tuiuti. Negros humilhando outros negros. Negros maltratando outros negros.

Em São Paulo, tem um vereador assim.

Você, que foi motivo de orgulho para tantos negros, não deveria assumir esse papel.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.