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Menon

Gracias, Wigan. O futebol agradece. Eos técnicos perderam uma muleta

Menon

19/02/2018 20h03

O Manchester City, embora não saibamos números concretos, é infinitamente mais rico que o Wigan. Então, imaginemos que cada um dos clubes montasse um time de basquete, outro de vôlei e uma equipe de atletismo ou de judô. Com certeza, o City ganharia todas as partidas, em seu estádio ou no do rival, em quadra aberta ou fechada, no Senegal ou no Alasca.

No futebol, a diferença também é abissal. Mas, olha aí, o futebol sempre nos proporciona um mas, o Wigan, da terceira divisão, eliminou o City, virtual campeão da primeira divisão e candidato forte ao título da Liga dos Campeões.

Além de ganhar, dá um chega para lá na muleta de muitos treinadores. O cara perde e vai na coletiva dizer que teve mais posse de bola. Aliás, fala com intimidade "nossa posse foi maior". E cita outros números e dados. E se esquece do placar.

O Wigan perdeu o duelo pela posse de bola e, mesmo estando apenas 17% do tempo de jogo com ela, a bola, ganhou o jogo.

Aí, está uma outra lição. Há mais de uma maneira de jogar futebol. Há mais de um jeito de ser digno, mesmo perdendo. Os treinadores brasileiros precisam se virar, buscar coisas novas, conceitos novos. Na Inglaterra, um time mais fraco ataca o rival. No Brasil, não.

Bem, e por que o futebol e só ele nos permite a vitória de Davi contra Golias?

A explicação pode estar em uma velha entrevista de Cesar Luis Menotti. Ele explicou que, se em uma "peneira" de vôlei ou basquete, você reprovar, sem ver, um aleijado, um anão ou um obeso, você não correrá o risco de errar. Se fizer no futebol, deixará de lado Garrincha, Maradona e Coutinho.

PS – Para ser justo, rendo minha homenagem à seleção brasileira masculina de basquete, medalha de ouro no Pan de Indianapolis, em 87. Golias perdeu em casa.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.