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Leões sequestram pizza e prometem público zero para novo treinador da Lusa

Menon

20/02/2018 13h05

O treinador Alan Aal estreará na Portuguesa na quarta-feira, dia 21, contra o Audax, em casa. E terá muito pouco apoio vindo das arquibancadas. A torcida organizada Leões da Fabulosa promete boicote total ao jogo, em protesto à situação atual do clube, 14º colocado, a um ponto da zona de rebaixamento. É um protesto programado, ao contrário do que ocorreu na noite de 30 de janeiro, após a derrota por 3 x 0 para o Oeste. Os torcedores interceptaram um motoboy que chegava ao Canindé com dez pizzas para o jantar dos jogadores. Pagaram a conta de R$ 350 e se fartaram de mussarela, frango com catupiry e calabreza.

A Portuguesa tem seis pontos ganhos. O Audax, lanterna, tem quatro. Os dois times tem sete jogos realizados, enquanto Água Santa (cinco pontos) e Juventus (seis pontos) fizeram um jogo a mais. Mesmo diante da necessidade urgente de uma vitória, o novo treinador fala em equilíbrio. "É o caminho mais fácil para vencer. Vi o último jogo do time (0 x 0 contra o Nacional, fora de casa) e o primeiro tempo foi muito bom. No segundo, a ansiedade criou desequilíbrio e demos oportunidades aos rivais";

Aal veio à Portuguesa por indicação de Mateus Costa, treinador do sub-20 do Paraná, que assumiu o clube quando Lisca saiu e levou o clube ao acesso à Série A do Brasileiro. Foi convidado para assumir a Lusa, mas não aceitou e indicou Aal, que levou o Foz do Iguaçu à semifinal do campeonato paranaense. Foi eliminado nos pênaltis, já sem Aal, que havia se acertado com a Portuguesa.

Ao explicar o motivo a troca utiliza um recurso recorrente nos últimos tempos. "A Portuguesa é grande, tem enorme representatividade e está momentaneamente em um lugar que não é seu. Vim para ajudar". O contrato é até o final do ano, o que significa que dirigirá o clube também na Copa Paulista, torneio que dá ao campeão uma vaga na Série D.

Além de público zero, o novo treinador terá de lutar com o fantasma de salários atrasados. Foi o principal motivo da saída de Guilherme Alves, o ex-técnico. O zagueiro Fabão foi demitido após comandar uma greve de um dia, quando ninguém aceitou treinar. Ele diz que não indicou novos jogadores, mas é certo que se busca um novo centroavante para a fase final do campeonato. Guilherme Queiróz pediu rescisão de contrato antes do início do campeonato e William Batoré repetiu a atitude, depois de duas partidas.

Um reforço pode ser o meia Rodrigo Vilares, que fez uma Copa São Paulo muito boa pela A.D Guarulhos. Tem 20 anos e foi treinado pelo português João Mota, que assumiu o sub-20 da Portuguesa. Ele tem o curso A da Uefa e se prepara para cursar o Pro, o mais qualificado de todos. Está no Brasil há três anos e tem a filosofia de que não adianta ganhar jogando mal. É preciso ganhar jogando bem. Um luxo que Aal não pode ter. Ele tem oito jogos para impedir que a Portuguesa caia para a série A-3.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.