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Mílton Cruz, invicto, vê Leco como culpado pela crise do São Paulo

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23/02/2018 18h39

No domingo, dia 25, o líder Figueirense visitará o Criciúma, vice-lanterna do campeonato catarinense. Se não perder, o clube chegará a uma invencibilidade de 15 jogos, superando uma série de 2011. O time não perde desde 11 de novembro do ano passado, quando enfrentou o América-MG em casa e lutava para não cair para a série C. Além de liderar o Estadual, o Figueira promete muito trabalho ao Atlético-MG, a partir de quarta -feira, dia 28, pela terceira fase da Copa do Brasil. O nome do treinador é Mílton Cruz, mas pode chamar de Arsene Wènger, o francês que dirige o Arsenal desde 1996.

"É assim que eles estão me chamando. Já me ofereceram um contrato de três anos para continuar o trabalho. Vou assinar esses dias, é muito legal estar em um clube bem organizado e com um projeto a longo prazo", conta Milton.

Ele assumiu com o Figueirense em penúltimo lugar na série B e levou o time à 12ª posição. Em seguida, recebeu a missão de diminuir a folha de pagamento e a média de idade. Missão dada, missão cumprida. O clube gastava R$ 1,5 milhão por mês e agora o orçamento é de R$ 700 mil.  A média de idade diminuiu de 31 para 24 anos. Ele indicou jogadores como André Luís, do Ipiranga de Erechim, artilheiro do campeonato. E trouxe também Denis, um velho conhecido dos tempos de São Paulo.

"Aceitou meu convite e está muito bem. Disse para ele que o Figueirense revelou goleiros bons como Thiago Volpi, Gatito e Muralha e que poderia ser um novo impulso na carreira dele. Abraçou nosso projeto, assinou por dois anos e está muito contente", diz Milton.

Contente? Milton está muito mais do que contente. Repete várias vezes que está feliz, muito feliz. "A cidade é bonita, é perto de São Paulo, o time é muito organizado, o campo, os vestiários e o CT são de primeiro nível. E os investidores do clube sonham com o pé no chão. A ideia é subir esse ano para a A, se manter lá e alcançar o mesmo sucesso da Chapecoense. Uma coisa bem contínua, sem ficar caindo e subindo".

Do São Paulo, onde ficou por 23 anos, Mílton Cruz tem boas lembranças e também mágoas. "Do time, não quero falar, não vou me intrometer no trabalho dos outros, até porque preciso cuidar do meu que toma muito tempo, mas, realmente foi triste sair".

Mílton Cruz não acredita ter sido a vítima da guerra entre Leco e Abílio Diniz, seu amigo. Para ele, tudo vinha de antes. "É muito estranho homem ter ciúme de homem, mas é verdade. O Leco tinha ciúmes do Muricy e de mim também. Uma coisa inexplicável. Eles foram me colocando de lado, sem funções, até que me demitiram. Saí na boa, fiz um bom trabalho no Náutico e agora estou muito bem no Figueirense".

Ciúme leva a comparações, que Milton acredita dominar, sem nenhuma dúvida. "Eu fiz história no São Paulo. Estive em todos os grandes títulos, de Mundial a Libertadores, nos Brasileiros. Revelei jogadores, como Kaká, Hernanes e Júlio Batista  e indiquei muita gente boa para o clube, como Miranda e Amoroso. Grandes presidentes como Juvenal Juvêncio e Marcelo Portugual Gouvêa, presidentes vencedores sempre me deram valor. Do Leco, só recebi ciúmes. E, se quiser comparar, me deixa de lado e compara o Leco com os outros presidentes, compara o São Paulo de agora com o de antes"

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.