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Dorival está em um mundo paralelo. Pensa que é europeu

Menon

25/02/2018 20h41

A entrevista de Dorival Jr, após mais um vexame, demostra dissociação da realidade. Ele não sabe onde está. Onde vive, que clube dirige.

Dorival Jr dá entrevistas como se trabalhasse na Europa. Após empatar com a Ferroviária, em casa, disse que "não é possível avaliar um treinador com menos de um ano". De onde tirou isso? Como chegou a este número mágico. Ora, um ano é para o Guardiola no Manchester City. Por tudo o que fez até hoje, merece. Dorival quer um ano para ser avaliado? Ora, vá para a Europa. Faça os cursos da Uefa. Ganhe o que os outros ganham, tecnica e monetariamente falando e peça um ano de trabalho antes de ser avaliado.

E não esqueçamos que Frank de Boer foi demitido com três meses de trabalho na Inter. O Berizzo durou quanto tempo no Sevilla?

Mas, voltemos ao Guardiola. No jogo contra o Arsenal, perdeu o Fernandinho logo no começo do segundo tempo. Colocou o Bernardo Silva aberto na direita e recuou o De Bruyne, rei das assistências, um dos jogadores mais técnicos do mundo para o lugar do Fernandinho e venceu com facilidade. Poderia ter fechado a casinha e garantir o resultado. Nada disso. Ousou.

E o que fez Dorival? Deixou o São Paulo com Petros e Hudson até o final do jogo. Poderia ter colocado Shaylon. Ou deslocado Marcos Guilherme para o meio, com Paulinho Boia na ponta. Nada. "Não pensei em tirar um volante porque o meio-campo estava encaixado e estávamos criando?"

Ora, o que se pode esperar de um pensamento tão pouco criativo, tão pouco ousado? Vai mudar tudo em um ano. E ele já está desde julho. Em sete meses, foram 37 jogos, com apenas 15 vitória, onze empates e onze derrotas. Um aproveitamento de 50,45%. Vai mudar nos cinco meses que faltam para se completar o número mágico de um ano?

E os números? Cita quantidade de escanteios, de finalização, de posse de bola e não cita que conquistou onze pontos em 27 disputados. E fala constantemente em uma evolução que ninguém vê. E agora, a novidade, o desempenho não está se refletindo nos resultados.

E a culpa é da cultura futebolística brasileira?

Olha, até acho que na Europa é melhor. Muito melhor. Mas, qual time europeu contrataria Dorival ou outro treinador brasileiro que fica pedindo um ano de estabilidade no emprego?

Nenhum.

Dorival precisa acordar, saber que está no Brasil e não na Europa.

Esquecer o mundo ideal, mesmo porque não tem lugar para ele, e fazer o time ganhar. Nem precisa render. Precisa ganhar. Só isso. O resto é discurso moderninho (culpa calendário, culpa isso, culpa aquilo) que não explica nada.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.