Topo

Menon

Censura, autoritarismo, militarismo e bacharelismo atrapalham o futebol

Menon

20/03/2018 15h51

Torcedores do Cruzeiro levaram ao Mineirão uma faixa em homenagem à Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio. A faixa foi arrancada por seguranças da Arena Minas. Um total desrespeito à liberdade de expressão. Não é o único exemplo de autoritarismo no futebol brasileiro. Aqui, se um jogador tira a camisa para comemorar um gol, leva amarelo. Se quebra a perna do companheiro de profissão, leva amarelo.

Os árbitros vão a campo para provar sua força. São "otoridades". É a mesma lógica que rege a ação da PM. Sabe com quem está falando? A ordem não é dar segurança ao cidadão. É impor uma ordem mesmo que afete o cteidadão. Então, confessando sua total incompetência em atuar em grandes jogos, temos a instituição da torcida única, a proibição de batuque, de cerveja, de faixas e o entorno de estádios fechados.

Em campo, muitos árbitros são PMs e impõem a paz dos cemitérios. Jogador não pode reclamar. Treinador não pode reclamar. Querem trabalhar em silêncio, como se fossem escultores ou ginecologistas. Nada pode atrapalhar.

E, quando atrapalha, fazem relatórios que são enviados ao TJD. E ali, são analisados por pavões de toga. É um tal de vossa excelência para cá, data vênia para lá, rapapés e mesóclises. Quando abrem a geladeira, começam a falar. Pensam que a luz é das câmeras de televisão. E como são vagarosos. Enrolados em seu ego, trabalham muito lentamente. E vemos os jogadores do Palmeiras sendo julgados VINTE E TRES DIAS após as discussões contra o Corinthians.

Se trabalhassem rapidamente, tudo já estaria resolvido. Mas, não. Aí está o Jaílson fora em um momento decisivo.

É muita incompetência.

O presidente do TJD é um delegado.

O comandante da arbitragem é um coronel.

Duvido que ele tenha apitado um jogo sequer na vida. Nem no quartel. E duvido que o delegado tenha julgado alguma coisa.

Mas no futebol brasileiro tudo vale.

Coronel por Coronel, os grandes clubes brasileiros validaram a eleição do Coronel Nunes, evidente manobra de Marco Polo del Nero.

Aceitam tudo, aceitam de tudo. Sempre.

E a pobre torcia fica brava nas redes sociais. São abandonadas por seus clubes, verdadeiros poodles do poder.

 

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.