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Menon

O "novo" São Paulo venceu seu primeiro clássico com méritos

Menon

25/03/2018 18h16

No título, há aspas na palavra novo. O que eu quis dizer com elas é que não há nada que garanta que a novidade permaneça. Mas, independentemente do que virá, é preciso ressaltar a postura do São Paulo. Muito diferente do que se via até então. Foi um time aguerrido desde o início, com muita vontade, brigando sempre pela bola, ganhando os rebotes. E que pressionou o Corinthians no seu campo durante todo o primeiro tempo. Conseguiu sua primeira vitória em clássicos no ano.

É pouco? Não é muito, mas é o que seria possível fazer. O novo treinador confessa que busca orientação com Jardine para fazer as substituições, o que mostra que mal conhece o elenco. Que mudança poderia haver tática ou tecnicamente falando. Nada. Então, que se mude o anímico. E mudou. Não interessa se o Corinthians tinha apenas Cássio e Gabriel representando o time campeão brasileiro. O que importa é que o São Paulo decidiu não ser presa fácil. Fez 22 faltas contra sete do rival.

Novidade também é o Corinthians levar um gol de contra-ataque aos 47 minutos do primeiro tempo. Algo impensável no ano passado. E foi assim, com a arrancada de Trellez, a defesa de Cássio e o rebote de Nenê, que o São Paulo venceu. Trellez foi raçudo ao roubar a bola e puxar o contra-ataque? É uma maneira de ver as coisas. A outra é a certeza de que um bom centroavante faria o gol.

O segundo tempo mostrou o Corinthians diferente, a partir do avanço de Sidcley que se uniu a Sheik para infernizar Militão. O São Paulo estava muito recuado e colocou Lucas Fernandes para ter uma saída de seu campo e para ajudar Militão. Ao mesmo tempo, saiu o apagadíssimo Júnior Dutra para a entrada de Lucca, em busca de mais movimentação.

O São Paulo demorou para acertar a marcação. Trellez foi para a direita, Nenê para o meio e Fernandes para a esquerda. Aos 30 minutos, Liziero, muito bem no jogo, saiu, cansado, para a entrada de Araruna, que também jogou bem. Ao mesmo tempo, Carille trocou o valente Sheik pelo habilidoso Pedrinho. Logo em seguida, Morato entrou na esquerda, Trellez foi para o meio, Lucas Fernandes para a direita e Nenê saiu.

O Corinthians continuou dominando e o São Paulo apostando no contra-ataque. Mas nem foi um grande domínio e nem houve contra-ataque. Tanto que o jogo terminou com o São Paulo no campo do Corinthians.

Se mantiver o espírito mostrado hoje, se continuar jogando futebol com vontade e se entender que perder um jogo não é como perder um ônibus, o São Paulo poderá entrar em Itaquera de cabeça erguida e não derrotado antes do apito inicial, como tem sido.

PS  – Carille xingou Nenê, que reagiu na comemoração. Tem quem goste, eu acho papelão, coisa de quinta série.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.