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Menon

Palmeiras é criticado pela competência

Menon

28/03/2018 14h55

O Corinthians venceu o Palmeiras e Carille disse que seu time havia vencido outro, de muito maior orçamento.

Jair Ventura repetiu a cantilena. Vencemos um time de orçamento muito maior e só ficamos fora nos pênaltis.

A referência aos milhões do Palmeiras, que ninguém tem, é uma tentativa infeliz de deslustrar os resultados do rival e de justificar derrota ou possível derrota.

É um coitadismo que não está à altura do Corinthians ou do Santos. Ficaria bem apenas na boca de torcedor. "Cara…mba, ganhamos desses milionários, nossa camisa pesa, eles não tem Mundial, não encaram a gente…." Na boca de treinador, é bobagem.

Jair teria muita coisa para elogiar em seu time. Teve uma jornada de superação. Poderia dizer como se aproveitou de uma certa fragilidade do jogo aéreo defensivo do Palmeiras. Não, preferiu a conversa fácil da diferença salarial.

Ora, o Santos, com Jair, só passou pelo Botafogo nos pênaltis. E a diferença salarial, onde fica?

O fato é que o Palmeiras tem uma situação financeira muito melhor que a dos rivais. A construção de seu estádio se revelou mais efetiva e muito menos problemática que a da arena em Itaquera. E há também o patrocínio das empresas de Leila.

Eu acho um absurdo a Leila participar de apresentação de jogadores. Patrocinador é para isso. Eu acho errado contratar jogador, artista ou seja lá o que for para fazer propaganda de faculdade, mas, na real, é minha opinião e só. Não há nada de errado no dinheiro que migra dos bolsos da Leila para o Palmeiras. É lógico que ele irriga sua candidatura à presidência, mas, novamente, não há nada de errado futebolística ou juridicamente falando. Não que eu saiba.

Ninguém teve pena do Palmeiras quando um antigo presidente roubou o clube. Ninguém desmereceu seus feitos quando o Palmeiras era dirigido por pessoas passionais e com tendência fratricida, clubisticamente falando, é lógico. Então, fica feio reclamar dos títulos conseguidos com a união com a Parmalat ou o patrocínio da Crefisa.

Fica parecendo a história das uvas verdes. E coitadismo.

O jeito é trabalhar. É possível vencer o Palmeiras, com todo o elenco que o clube tem. O Corinthians mostrou isso. É preciso ter especialistas que busquem peças no mercado que custem menos, é preciso apostar em um esquema operário, com luta, é preciso pensar em soluções.

Um exemplo: Guerra trocaria o Palmeiras para ser titular em outro time? Alguém tentou?

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.