Dois títulos para a nova geração de treinadores
Corinthians ou Palmeiras?
Vasco ou Botafogo?
A única certeza é que os dois títulos servirão para fortalecer a certeza da renovação entre os treinadores do Brasil. A troca de guarda ganha força.
Fábio Carille, Roger Machado e Zé Ricardo fazem parte do que chamei no ano passado de "os sete magníficos", jovens técnicos que assumiam grandes clubes do Brasil. A lista era completada por Jair Ventura (então no Botafogo e semifinalista do Paulistão, com o Santos), ROGÉRIO CENI (então no São Paulo e praticamente finalista do campeonato cearense com o Fortaleza) e Antônio Carlos Zago (Inter, que foi vice da Série C, com o Fortaleza) e Eduardo Baptista (Palmeiras), que estão desempregados. Cheguei a dizer que A RENOVAÇÃO HAVIA FALHADO, mas ela continua firme.
Desde então, a ascensão maior foi de Carille, que ganhou o Paulista e o Brasileiro e chega em nova final. Chegou ao cargo porque Rueda recusou e montou um time pragmático, com defesa forte. Depois do título, perdeu muita gente, peças importantes como Arana, Jô e Pablo, teve contratações erradas como Juninho Capixaba e, sem reclamar, trabalhou duro e está em nova final.
Roger Machado tem uma prova de fogo no Palmeiras. Em seu terceiro ano como profissional, é o terceiro gigante que dirige, após passagens apenas regulares pelo Grêmio e pelo Galo. Tem o mais povoado elenco do Brasil, com jogadores de alto nível. No primeiro encontro com Carille, foi totalmente derrotado. O treinador do Corinthians anunciou um dia antes do último clássico que jogaria sem centroavantes, com Rodriguinho e Jadson pelo meio. Roger teve um dia para estudar e perdeu feio.
Zé Ricardo era da base do Flamengo. Assumiu o time titular e fez um bom trabalho, mas no final, caiu no erro de alguns treinadores, como o próprio Tite, de morrer abraçado com algumas preferências. Se no caso de Tite, as preferências eram por Sheik e Romarinho, campeões mundiais, Zé Ricardo apostou em Muralha, Rafael Vaz e Márcio Araújo. Foi muito corajoso em assumir o Vasco após ser demitido do Flamengo e novamente começou muito bem. O título do Carioca, se vier, servirá de escudo contra algumas críticas que surgem após ser derrotado pro 4 x 0 pelo Jorge Wilsteramann e perder para a Universidad do Chile em casa.
Alberto Valentim é o mais novo dos quatro finalistas, futebolisticamente falando. Nem fazia parte dos sete magníficos. Foi auxiliar do Palmeiras, saiu para o Red Bull, onde fez campanha muito ruim, voltou ao Palmeiras. Assumiu no lugar de Cuca e tentou jogar com marcação no campo adversário, mesmo tendo uma defesa lenta, com Edu Dracena e Egídio. Caiu. No Botafogo, teve o grande momento ao eliminar o Flamengo.
É a renovação se cristalizando. Fernando Diniz tem sua primeira grande chance no Furacão.
Os títulos servem para dar força e embasamento a quem resolveu apostar em treinadores jovens e baratos, deixando medalhões caros ao léo. O problema é que título faz o técnico jovem passar a ganhar mais também, na maluca ciranda do falido futebol brasileiro, em que um treinador tem direito a formar sua própria equipe, com auxiliar e preparador físico, nunca recebendo menos que DEZ MIL REAIS POR DIA DE TRABALHO.
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