Topo

Menon

O que faremos por Diogo Vitor?

Menon

26/04/2018 13h37

O Liverpool anuncia que Chamberlain rompeu ligamentos e está fora da Copa.

Fora da Copa também está Ibrahimovic, o grande jogador da Suécia. Ele deixou a seleção em 2016, por vontade própria, e as insinuações de que poderia voltar não convenceram a federação sueca.

Grande drama para o inglês, que poderá ter outras oportunidades. Grande drama para Ibra, que não terá outra chance.

E quantas chances terá na vida o garoto Diogo Vitor. Talentoso jogador do Santos, uma das provas que o raio cai muitas e muitas vezes no mesmo lugar, foi pego no antidoping por substância dopante presente na cocaína. Está suspenso e afastado pelo Santos. O clube prometeu ajuda ao jogador.

O que pode ser feito para evitar que o drama de Digo Vitor seja infinitamente maior que o de Chamberlain ou Ibra? O que pode ser feito para que, em vez de sonhar com uma Copa, não termine a carreira rapidamente, encostado em algum time sem expressão alguma? Ou, pior ainda, totalmente dominado pela droga, caso se confirme mesmo que ele é usuário? Quando escrevo sobre Diogo Vitor não consigo parar de pensar em Jobson.

Além do bom futebol, Diogo Vitor é conhecido, no Santos, como alguém de cabeça complicada, como um garoto problemático. Em 2016, abandonou o clube. Falando cruamente, é um péssimo profissional. Falando com empatia, é um garoto que pode se perder. É um ser humano que pode estar sendo vítima de um flagelo da sociedade. Falando "capitalisticamente", é um ativo que o Santos pode perder. Ou já perdeu. Que time da Europa contrataria um jovem ligado à cocaína? Se estiver mesmo, ressalte-se.

Alguma coisa precisa ser feita. O quê? Eu não sei. Encaminhar para tratamento clínico, para acompanhamento psicológico, estar presente, entender o meio em que vive (sem preconceito, pois nem faço ideia de como é sua família ou seu estrato social), ser parceiro em uma luta que nem se sabe que ele quer lutar?

Eu apenas vou torcer por ele.

E manter a certeza que um traficante de drogas é um criminoso que precisa ser combatido sem tréguas.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.