Topo

Menon

Parem de tratar Fernando Diniz como gênio

Menon

06/05/2018 18h41

O Palmeiras empatou em casa contra a Chape. Na semana passada. Agora, foi a Curitiba e passou por cima do Atlético. Fácil. Sem sofrer.

E a vitória foi tratada por jornalistas e pelo técnico Roger Machado como um feito extraordinário. Afinal, do outro lado estava Fernando Diniz.

Um exagero. Diniz é um técnico fiel a uma ideia. Posse de bola, troca de passes, triangulações, paciência. Merece aplausos, principalmente porque no Brasil de hoje, faltam ideias para o futebol. Não só.

Ponto. É isso. Nada mais. Diniz não é genial. É é tratado assim. Vencer o Furacão é tratado como vitória sobre…Diniz.

Roger e jornalistas, na coletiva, falavam em tática, estratégia, jogo de xadrez. Menos, né?

Fosse outro treinador, o assunto seria a marcação totalmente errada no terceiro gol. Um contra-ataque puxado desde o campo da defesa. E o Furacão, todo aberto.

Fosse outro treinador, seria cobrada (talvez de forma injusta) a ausência de cobertura no segundo gol, após o rebote do goleiro Santos.

Roger falou sobre o antídoto usado contra o sistema de Diniz, com saída de bola com muitos passes e sangue frio. "Marcamos alto para roubar bolas no campo deles". Falou como se fosse algo estratosférico, maravilhoso. Ora, foi o mesmo que Aguirre fez, chegando a abrir dois gols de vantagem.

Fácil. Nada de genial. Um problema para Diniz resolver. Ele tem futuro, mas será genial, como já é tratado, quando, além de ter uma ideia, conseguir não ser refém dela.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.