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Petros e Cueva, marketing e falta de comprometimento

Menon

10/05/2018 12h26

A favor de Petros, antes que se esqueça, é necessário dizer que ele não é meia, onde é escalado por Dorival e agora, Aguirre. E que é esforçado, muito esforçado. Então, fica difícil analisar, tecnicamente falando, quem  está em posição errada.

Mas, qual é mesmo a posição em que Petros rende bem?

Ele não é um volante de contenção, um volante-volante. Não tem um poder de marcação que justifique a escalação. Jucilei, por exemplo, é muito mais efetivo, desarma muito mais e tem passe melhor.

E segundo volante? Bem, há dois tipos: o que carrega a bola até o ataque e o que faz lançamentos. O bom mesmo é quem faça as duas coisas. E ele não é ótimo em nenhuma das funções. Dentro do elenco do São Paulo, há quem faça muito melhor. Liziero, por exemplo. Hudson também.

Como deveria jogar Petros, se não tem força para ser primeiro volante, se não tem saída de bola para ser segundo volante e se não tem requisito técnico algum para ser  meia?

Como um auxiliar de tudo isso. Um a mais para ajudar a defender, para ajudar a passar, só isso. Pode ser útil quando o time precisa realmente defender um resultado, porque o que não se pode negar é que tem vontade e dedicação.

O que não pode é ser titular.

E, então, por que chegou a ser ídolo da torcida?

Porque, quando o time estava muito mal, ele se dedicou muito. Trabalhou duro. E porque fala o que a torcida quer ouvir.

Foi assim quando falou que o São Paulo havia dado uma aula no Corinthians, em um empate no Morumbi. Foi assim todas as vezes após jogo em que foi dar entrevistas, sem se negar, sem esconder a cara.

E foi assim, principalmente em duas ocasiões. Quando disse que o zagueiro Kanu, do Vitória, havia menosprezado o São Paulo. "Aqui, tem pai de família", foi a frase cunhada. O que não significa absolutamente nada. Se os jogadores do São Paulo fossem solteiros, Kanu poderia ter dito o que disse, algo sobre a facilidade que seria vencer o São Paulo?

E depois, quando raspou a cabeça dos jogadores da base incorporados ao time principal. Criou assim o marketing de paizão, pronto a recepcionar os futuros colegas, pronto a buscar a integração. E se alguém não gostasse, como Rogério Ceni não gostou, em 1997, na seleção brasileira?

Mas, estava construída a imagem do paizão. E do pai de família. E que caiu muito bem até para a comunicação do clube que fazia a campanha #abasevemforte, baseada também em jogadores muito fracos como Pedro (foi para o São Bento), Rony (CSA) e Paulo Henrique (que ninguém quer).

Tiremos o marketing de Petros e o que resta? Um jogador razoável, um jogador que se entrega e capaz de uma irresponsabilidade como a de ser expulso como foi, com uma falta criminosa. Talvez já tenha pedido que o assessor de imprensa, se é que tem, faça u pedido de desculpas no instagram. Pedido acompanhado de menções sobre amor à camisa…. Marketing puro.

E Cueva?

A favor de Cueva, é necessário dizer que pedir licença para acompanhar o nascimento de um filho é algo totalmente natural e aceitável, principalmente após uma classificação e em início de Brasileiro.

Também pode se dizer que é um jogador de boa técnica, capaz de "quebrar as linhas" rivais, como se costuma dizer.

E só. O comprometimento com a entidade não existe.

Vamos até relevar que ficou uns dias a mais no Peru, após a histórica classificação para o Mundial, "quebrando tudo".

Mas, começar o ano com uma semana de atraso porque estava se dedicando a fotos e filmes promocionais é tratar o clube que o paga como uma merda.

O que ele queria realmente é forçar uma saída. Do jeito que quisesse e quando quisesse. Raí impediu, o que foi sua melhor atitude até agora, como diretor de futebol. Foi enquadrado, fez um gol, pediu perdão e…foi atropelado por Nenê. Eu acho que os dois precisavam jogar juntos, mas, se apenas um deve entrar em campo, que seja aquele que, além de jogar bola, se compromete com o clube, respeita o clube e os companheiros.

Para fazer o que faz, Cueva precisava jogar como Pedro Rocha. Que nunca fez o que ele faz.

Que faça uma grande Copa e que o São Paulo saiba muito bem como utilizar o dinheiro de sua transação.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.