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Romero, o guerreiro que ocupa o vácuo dos craques

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10/05/2018 21h17

Dr Ulysses Guimarães, um político que faz muita falta no Brasil de hoje, dizia que, em política, não há espaço vazio. Em qualquer espectro ideológico, se alguém perde poder, ele é ocupado por outra pessoa. Apenas como exemplo, sem querer polemizar: Jânio, Maluf e Bolsonaro. Vejamos que tomará o lugar de Aécio.

O futebol brasileiro perdeu seus craques. Não é um lamento, é apenas um fato. Todo garoto bom de bola vai logo para a Europa. David Neres, por exemplo, que saiu com 19 anos. Malcon, do Corinthians. Em décadas passadas, seria o melhor jogador do time. Mas já está há tempos na França.

Onde deveria estar Malcon, está Romero. O paraguaio ocupou o espaço, com um futebol baseado em esforço e comprometimento. Já tem 23 gols apenas em Itaquera, é o artilheiro da arena. Faz gols e também ajuda na marcação. Contra o Vitória, no jogo que valeu vaga nas quartas, chutou de direita, o goleiro Caíque rebateu e ele chutou de esquerda. Gol. Em seguida, subiu para cabecear e fez de ombro. Não interessa. Fez. Foi apenas o seu terceiro gol no ano, mas pergunte à torcida se está ou não contente com ele.

É um pouco frustrante perceber que um dos melhores times do Brasil (os títulos confirmam a tese) tenha, entre seus destaques um jogador paraguaio que nem é titular de sua seleção. Nos tempos em que os craques aqui estavam, era muito difícil um paraguaio jogar por aqui. A não ser que fosse titular da seleção. Como Arce, Gamarra e Rivarola. Tem o caso de Balbuena, que não é titular da seleção, mas aí é um erro inexplicável dos treinadores.

Romero não tem nada com isso. Ele não precisa saber do passado ou do futuro. Está aqui, no Brasil pentacampeão, jogando bola com dignidade e tendo respeito da torcida de um de nossos gigantes.

Seus dois gols deram tranquilidade para que Carille descansasse Jadson, Pedrinho e Maycon para os próximos jogos. No domingo, o clássico é contra o Palmeiras e Romero estará lá, importunando geral.

Romero, guerreiro.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.