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Tricolor abre mão de três volantes e ganha três pontos

Menon

20/05/2018 18h13

Foi um clássico de alto nível. Jogo rápido, jogo pegado, com chances dos dois lados. E, reconheçamos, com uma boa participação do árbitro, que mostrou um estilo que privilegia o tempo de bola rolando, não caindo no conto dos piscineiros. O São Paulo mereceu a vitória, mas se o sufoco final imposto pelo Santos tivesse resultado em um gol não seria nada errado.

O domínio do São Paulo foi imenso no começo do jogo. O time impôs seu jogo, marcou no campo adversário, com Anderson Martins no meio do campo e Hudson na meia lua do rival (em algumas situações, deixemos claro). A causa principal, a meu ver, foi a opção de Diego Aguirre por um time com apenas dois volantes. E, pelos lados do campo, havia duas duplas fortes: Militão e Marcos Guilherme e Everton com Reinaldo.

A intensidade foi muita mas não foi duradoura. O Santos equilibrou o jogo e teve também chances para marcar, mas a tônica do primeiro tempo foi mesmo o seu início. O São Paulo pressionou tanto, que poderia ter marcado a um minuto, com Diego Souza.

Ele não errou ao fazer o gol do jogo, após um cruzamento perfeito de Everton. Diego se antecipou a David Braz, atacou a bola e cabeceou muito bem. Mostrou que pode ser útil ao time, apesar de não ser um centroavante como os últimos que passaram pelo clube, dese Pato a Luís Fabiano. E Allan Kardec.

O Santos reagiu e começou a pressionar o São Paulo. Muito. Aguirre fez então uma mudança tática que não envolveu troca de jogadores. Marcos Guilherme e Everton recuaram uns metros e formou-se uma postura com duas linhas de quatro atrás. Que funcionou muito bem, com dedicação extrema dos jogadores. Ninguém negou suor.

Aguirre acertou de novo. Percebeu que não se pode ficar apenas na defensiva, sem contra-ataque e trocou Diego Souza por Trellez. Para ter um desafogo que Diego, cansado, já não conseguia. Talvez o melhor fosse colocar Regis. Mas a leitura foi certíssima.

Então, todo o esforço físico apresentou a conta. Reinaldo e Everton saíram. A dupla da esquerda ficou formada por Edimar e Liziero. E tome sufoco do Santos, com grande partida de Gabigol.

O drama do São Paulo aumentou com o mau estado físico de Marcos Guilherme. Não poderia sair e Trellez foi jogar pela direita. E ainda Anderson Martins foi expulso, com correção. Com dez e sendo muito pressionado, o São Paulo se superou. Nessa fase final do jogo, Liziero se destacou. Além de jogar pelo lado esquerdo, infiltrou-se também pelo meio, tabelando com Nenê.

Assim, o São Paulo conseguiu sua segunda vitória. Foi heroica. E mostrou evolução.

Sobre o Autor

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar.Aqui, no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988. com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.